Abílio rebate críticas por não se reunir com Emanuel: “E o medo de estar com ele e a PF aparecer?”

O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), respondeu às críticas por não ter se encontrado com o ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) para que ambos esclarecessem a falta de prestação de contas de três “emendas PIX”, no valor de R$ 10,1 milhões, que estão pendentes junto ao Tribunal de Contas da União (TCU). “E o medo de estar em uma reunião com ele e a Polícia Federal aparecer lá?”, brincou Abílio.

A polêmica em torno do assunto começou na quarta-feira (6), quando Abílio postou em seu Instagram uma mensagem cobrando Emanuel sobre três “emendas PIX” — do senador Jayme Campos (União), do deputado federal Emanuelzinho (MDB) e da ex-deputada federal Rosa Neide (PT) — que não tiveram as prestações de contas sobre a aplicação do dinheiro apresentadas ao TCU. E que, por causa disso, novas emendas PIX — como a de R$ 5,7 milhões do deputado federal José Medeiros (PL) — estariam bloqueadas até que essa prestação de contas seja enviada.

Emanuel respondeu pelas redes sociais, em um vídeo no qual convidava Brunini para uma reunião em Brasília — cidade onde ambos estavam cumprindo agenda — para que pudessem esclarecer o caso e apresentar todas as informações necessárias ao TCU.

Abílio não compareceu à reunião e, à imprensa nesta quinta-feira (7), disse que não tem interesse em participar de qualquer atividade com o ex-gestor. “Melhor a gente evitar reuniões com ele. Deixa o Pedro Taques fazer isso”, disse, referindo-se ao encontro de Pinheiro com o ex-governador nesta semana, também em Brasília.

O atual prefeito explicou que não irá acionar judicialmente o ex-gestor pelo caso, já que essas ações são de competência dos órgãos de fiscalização, como o Ministério Público do Estado (MPE), o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e o Tribunal de Contas da União (TCU).

“[O dinheiro] foi parar na conta da Prefeitura, foi transferido para a conta 100, o orçamento geral da Prefeitura, e agora estamos sendo provocados pelo TCU para prestar contas dessas emendas — e não sabemos onde elas foram usadas”, afirmou Abílio à imprensa.

“Porque, quando vem para a fonte 100 da Prefeitura, mistura com os outros dinheiros da Prefeitura. A não ser que o prefeito anterior consiga apresentar uma justificativa para o que fez, a sensação que se tem é que estava endividado e pegou esse dinheiro da emenda para pagar dívidas que tinha”, alfinetou.