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PROTESTO INDÍGENA

Indígenas de quatro etnias protestam em evento sobre Marco Temporal

Maryelle Campos

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Por não estarem sendo ouvidos em debates que afetam diretamente seus territórios, cerca de 30 indígenas das etnias Kayapó, Panará, Xavante e Paresí protestaram na manhã desta quinta-feira (14) em frente ao Buffet Leila Maluf, em Cuiabá, onde ocorria o evento “Justiça Territorial: vamos defender nossos municípios”, promovido pela Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) e pela Aprosoja-MT.

A manifestação, acompanhada por representantes da Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt) e da Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa), reuniu participantes de comunidades tanto de Mato Grosso quanto do Pará.

O cacique Mikre Panará, da etnia Panará, localizada no município de Guarantã do Norte, afirmou que os povos originários não estão sendo consultados sobre o Marco Temporal, atualmente em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Todo indígena do Brasil não está sendo consultado, não está sendo ouvido pelo governo. Estamos aqui para mostrar nossa luta e a preocupação com o território”, disse o líder.

Apesar de a terra Panará estar demarcada há 25 anos, Mikré denunciou que a comunidade já sofreu violações, como a construção da BR-163 sobre um cemitério tradicional, além de enfrentar o avanço do desmatamento próximo à área, que ameaça a sobrevivência de cerca de 800 pessoas.

Durante o evento da AMM, que discutiu a demarcação de terras indígenas e a segurança de municípios e produtores, os indígenas estavam em minoria, com apenas um representante autorizado a falar no debate com autoridades. Entre os presentes estavam presidentes de entidades, deputados e senadores.

Além do Marco Temporal, os manifestantes também criticaram a Ferrogrão — um dos maiores projetos de infraestrutura do governo federal —, que pretende ligar áreas agrícolas de Mato Grosso ao rio Tapajós, no Pará, e que, segundo eles, pode gerar impactos ambientais e sociais graves em territórios indígenas.

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