OPERAÇÃO CONTRAPROVA
Empresa que falsificava exames de laboratório em MT movimentou mais de R$ 100 milhões
Thalyta Amaral
A empresa Bioseg, alvo da Operação Contraprova nesta sexta-feira (15), movimentou mais de R$ 100 milhões em contratos privados e públicos. Apenas com a Prefeitura de Cuiabá, o contrato era de R$ 2 milhões. A informação foi dada pelo delegado Rogério da Silva Ferreira, titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon).
“Foram encontradas diversas anotações com valores, como, por exemplo, mais de R$ 2 milhões da Prefeitura de Cuiabá para o laboratório. Há anotações de até R$ 100 milhões em fundos, além de inúmeras planilhas e dados”, afirmou o delegado durante a coletiva de imprensa.
Entre os documentos apreendidos nos mandados de busca e apreensão está uma lista com nomes de parlamentares municipais. “Isso não quer dizer que esses vereadores tenham envolvimento com os fatos praticados pelo laboratório. Uma vez que a Câmara de Vereadores possui contrato com a empresa, é possível que essa lista signifique que eram gabinetes para os quais a empresa prestava serviço por meio do contrato com a Câmara”, explicou Ferreira.
Segundo as investigações, a quadrilha, liderada por um biomédico sócio da Bioseg, fazia coletas de materiais para testes de covid-19, toxicológicos e de infecções sexualmente transmissíveis, mas não realizava os exames, tampouco os enviava para outros laboratórios para fazer a contraprova.
Na operação, além do fechamento das unidades da empresa em Cuiabá, Sinop (500 km ao norte da Capital) e Sorriso, também foi determinada a prisão do biomédico sócio da Bioseg, a suspensão de seu registro profissional e a proibição de a empresa firmar contratos com o Poder Público.