Jogador de futebol e dono de boate são condenados por envolvimento com o Comando Vermelho

Um jogador de futebol, um dono de boate e mais seis pessoas foram condenados à prisão por envolvimento com o Comando Vermelho em Cuiabá. O esquema, que “lavava” dinheiro do tráfico de drogas por meio de casas de show, foi descoberto pela Operação Ragnatela, deflagrada em junho de 2024.

As penas variam de 3 anos e 6 meses a 14 anos, 1 mês e 5 dias. Na mesma decisão, o juiz Jean Bezerra, da 7ª Vara Criminal, absolveu cinco homens e uma mulher que não tiveram a participação comprovada no Comando Vermelho.

“O Comando Vermelho, como é notório, constitui uma organização criminosa nacionalmente estruturada, com ramificações em diversos estados, e cuja atuação se dá de forma sistemática e contínua, visando à manutenção de seu domínio sobre o tráfico de drogas, bem como à prática de diversos outros crimes violentos, como homicídios, extorsões e torturas. Tais práticas afrontam de maneira frontal o Estado Democrático de Direito e comprometem a segurança pública de forma significativa”, diz trecho da decisão.

A maior pena foi aplicada a Willian Pereira, o “Gordão”. Dono de uma das casas de show envolvidas no esquema, ele ainda “era o principal responsável por repassar aos demais membros as ordens diretas emanadas pelo líder, exercendo, portanto, papel de confiança e centralidade na engrenagem da estrutura criminosa”. Pelos crimes, “Gordão” irá cumprir 14 anos, 1 mês e 5 dias em regime fechado, sem o direito de recorrer em liberdade.

Já a menor condenação foi a do jogador de futebol João Lennon Arruda de Souza, de 3 anos e 6 meses, em regime semiaberto e com possibilidade de recorrer em liberdade. Ele foi preso no Rio de Janeiro, mas já está solto. Atualmente, joga pelo Operário Ltda, que subiu este ano para a Série A do Campeonato Mato-grossense.

Ainda foram condenados Joadir Gonçalves, o “Jogador”, a 12 anos e 10 meses, e Joanilson Oliveira, o “Japão”, a 5 anos, 6 meses e 15 dias. Ambos terão que cumprir a pena em regime fechado e não poderão recorrer em liberdade.

Rodrigo Leal foi condenado a 10 anos e 9 meses; Kamilla Bertoni, a 7 anos e 6 meses, mas com direito de permanecer no regime semiaberto; e Elzyo Pires recebeu pena de 10 anos e 2 meses em regime fechado, mas com o direito de recorrer em liberdade.