CYBERBULLYNG
Lúdio Cabral denuncia “crime continuado” de Abílio por exposição de alunos
Patrícia Neves
O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) fez duras críticas ao prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), nesta terça-feira (20), após a divulgação de um vídeo em que o gestor expõe alunos de uma escola estadual por não saberem responder a uma simples multiplicação, como “4 x 4”. Para Lúdio, a atitude do prefeito é mais do que irresponsável — trata-se de uma “atrocidade” e de um crime continuado de cyberbullying contra adolescentes, que precisam de proteção, e não de exposição pública.
“Se vocês acessarem as redes sociais do Abílio, vão ver a publicação onde ele expõe as crianças e os comentários feitos nelas. É um crime continuado. É cyberbullying contra aquelas crianças. E isso exige ação imediata da Polícia, do Ministério Público e do Poder Judiciário”, afirmou o parlamentar com indignação.
Lúdio Cabral criticou também o uso político do ambiente escolar. Segundo ele, o prefeito violou o espaço educativo ao ir até uma escola estadual com o objetivo de “fazer graça” e humilhar estudantes, apenas porque se sentiram no direito de se expressar politicamente com o gesto do “L”, símbolo usado por apoiadores do presidente Lula.
“O prefeito de Cuiabá é o responsável pela educação de milhares de crianças e jovens da creche até o ensino fundamental. É inaceitável que, no lugar de garantir qualidade e respeito, ele vá a uma escola estadual apenas para caçar adolescentes por expressão política. O vídeo mostra claramente: ele fica desorientado, e sai atrás dos estudantes perguntando: ‘quem fez o L?’. Isso é perseguição. É uso da máquina pública para constranger jovens dentro da escola”, declarou.
O deputado reforçou que a atitude de Abílio fere não apenas o princípio da dignidade dos adolescentes, mas também os direitos constitucionais de liberdade de expressão e proteção integral de crianças e adolescentes. Ele cobrou providências das instituições competentes para que o caso não fique impune.
“A escola é um lugar de formação, de respeito, de segurança. O que Abílio fez foi violar esse espaço para fazer politicagem e gerar conteúdo para seus seguidores às custas da humilhação de estudantes. Isso não pode ser naturalizado. É gravíssimo”, completou Lúdio.