POPULISMO PENAL
Edna Sampaio defende diálogo com famílias e critica punição a alunos por gesto durante visita de Barroso
Da Redação
A deputada estadual Edna Sampaio (PT) se posicionou nesta terça-feira (20) sobre o episódio envolvendo alunos de uma escola estadual em Cuiabá, que fizeram gestos de possível apologia a facções criminosas durante a visita do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, na última segunda-feira (18).
Questionada se os estudantes deveriam ser punidos, Edna destacou que o foco não deve estar na penalização imediata, mas sim na compreensão das causas sociais que levam a esse tipo de comportamento.
“O que a gente precisa é de inteligência para investigar as facções criminosas, inclusive a presença das facções criminosas na política, para poder resolver o problema na raiz. Não é punir crianças e adolescentes que estão fazendo isso. O gesto de crianças e adolescentes é um indicador que deve trazer preocupação para o poder público: preocupação com a educação, com a desigualdade social, com as oportunidades que esses jovens estão tendo”, declarou a parlamentar.
Para Edna, a criminalização dos jovens pode representar um caminho equivocado, o que ela classificou como “populismo penal”.
“Se não, a gente entra num populismo penal aqui que não vai resolver problema nenhum”, alertou.
Apesar disso, a deputada defendeu que os pais dos alunos sejam identificados e chamados para diálogo com a escola e com as autoridades educacionais, como forma de envolver toda a comunidade na construção de soluções.
“Acho que os pais dessas crianças devem ser identificados e chamados para conversar. Eles devem ser punidos também”, afirmou, ressaltando que a punição deve ser pedagógica e acompanhada de orientação.
Edna defendeu ainda uma relação mais próxima entre escolas e famílias, com participação ativa dos professores e da comunidade escolar em geral.
“A escola deve abraçar a comunidade, deve trazer as famílias para dentro da escola, deve criar conselhos escolares que tenham participação dos professores. Acho que na escola deve ter equipes multidisciplinares”, concluiu.