Operação mira facção e prende influencer que ostentava dinheiro e drogas

“Festa do branco!! Tô realmente perdido no cruzeiro do Neymar”. A legenda da publicação feita por Deniz Bet, nome usado pelo influencer Dayney Aparecido da Costa, de 34 anos, resume o estilo de vida que ele apresentava nas redes sociais – viagens de luxo, roupas de grife, festas exclusivas e grandes quantias em dinheiro. Com mais de 23 mil seguidores, Deniz, que é de Várzea Grande,  se tornou figura conhecida na internet por divulgar plataformas de apostas online e ostentar riqueza.

Nesta quinta-feira (21), Dayney foi um dos alvos da Operação Ludus Sordidus, deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso. A ação visa desarticular uma facção criminosa altamente estruturada, envolvida com tráfico de drogas, estelionatos, jogos de azar e lavagem de capitais.

Em um dos vídeos postados por Deniz Bet, ele aparece diante de uma pilha de cédulas, dizendo: “Nem sei se é meme ou realidade”, numa clara demonstração de ostentação de recursos cujas origens agora são investigadas.

A operação cumpriu 38 ordens judiciais, entre elas 10 mandados de prisão preventiva, 8 de busca e apreensão, além do sequestro de 8 imóveis de luxo e o bloqueio de contas e valores que somam mais de R$ 13,3 milhões. As ordens foram expedidas pelo Núcleo de Justiça 4.0 do Juiz das Garantias de Cuiabá, com base em investigações conduzidas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco).

Em fevereiro, o influencer já havia sido preso, no bairro Jardim Glória I, em Várzea Grande, por equipes da Força Tática da Polícia Militar. No momento da abordagem, os policiais encontraram com ele tabletes grandes de maconha e cerca de R$ 40,5 mil em espécie.

Além de carros de luxo e imóveis em nome de terceiros, o influencer exibia com frequência em suas redes viagens internacionais, festas em alto-mar e peças de roupas de marcas internacionais. A investigação aponta que parte dos lucros obtidos com plataformas de apostas e outras atividades ilegais estaria sendo usada para financiar ações da facção criminosa.

De acordo com a Polícia Civil, a operação busca não apenas prender os envolvidos, mas também estrangular financeiramente a organização criminosa, recuperando ativos e desmontando estruturas de fachada utilizadas para lavar dinheiro.