O IMPORTANTE É A DISCUSSÃO
Russi minimiza arquivamento da CPI do Feminicídio e defende outros instrumentos de debate
Kamila Araújo
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Max Russi (PSB), minimizou o arquivamento do requerimento que previa e criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Feminicídio na Casa de Leis. O parlamentar afirmou que, embora o tema seja grave e mereça atenção, há outras ferramentas no Legislativo Estadual que podem garantir o debate sobre a violência contra a mulher.
“Se não acontecer a CPI, existem outros caminhos, como câmaras temáticas, grupos de trabalho e frentes parlamentares. O importante é mantermos esse debate, porque a violência contra a mulher em Mato Grosso é muito preocupante e precisa ser enfrentada”, disse o socialista nesta quarta-feira (27).
Até esta terça-feira (26), o pedido de apertura de CPI, de autoria da deputada estadual Edna Sampaio (PT), tinha 13 assinaturas. Uma articulação do poder Executivo junto a base governista contudo, fez com que seis parlamentares retirassem a assinatura, inviabilizando a sua instalação, uma vez que o Regimento Interno determina que, para abrir uma CPI são necessárias, no mínimo, nove assinaturas.
Apesar disso, Russi evitou atribuir responsabilidades pelo recuo de deputados que haviam assinado a criação da CPI e afirmou que sua função como presidente é cumprir o regimento.
“Se tiver as assinaturas necessárias, nós vamos abrir a CPI. Mas se não tiver, o assunto não pode ficar parado. A Assembleia é a casa do debate, e nós queremos esse debate”, pontuou.
Ele destacou ainda que, independentemente da forma, o Legislativo tem obrigação de liderar iniciativas que contribuam para reduzir os índices alarmantes de feminicídio em Mato Grosso.
“Não podemos admitir que essa violência continue crescendo no nosso Estado”, concluiu.