BUSCANDO SAÍDA
Sem previsão de recursos, Prefeitura busca saída para pagar 500 servidores ligados à Limpurb
Kamila Araújo e Patrícia Neves
O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), afirmou que a atual gestão ficou sem previsão orçamentária para custear cerca de 500 trabalhadores ligados à Empresa Cuiabana de Zeladoria e Serviços Urbanos (Limpurb). Os funcionários estão vinculados a um contrato emergencial firmado pela administração anterior, sem cobertura adequada de recursos para garantir o pagamento da folha.
“Temos mais de 500 pessoas trabalhando por meio de um contrato emergencial que não teve previsão de recursos. Não fomos nós que tomamos a decisão de criar esse vínculo, mas agora precisamos encontrar caminhos para regularizar a situação”, declarou o prefeito.
Processo seletivo e contratações temporárias
Segundo Brunini, a Prefeitura abrirá um processo seletivo para formalizar a contratação temporária desses profissionais, em contratos de até oito meses. O modelo, de acordo com ele, será semelhante ao adotado pelo Corpo de Bombeiros em épocas de maior demanda, como no período das queimadas.
“Vamos dimensionar as equipes conforme a sazonalidade. Na época das chuvas, é preciso mais pessoal para limpeza e roçagem. Já na seca, aumenta a necessidade de varrição de ruas. A ideia é ajustar o quadro para que o serviço não pare”, explicou.
Crítica à terceirização e promessa de valorização
Brunini também criticou o modelo herdado, no qual a Prefeitura paga valores altos às empresas terceirizadas, enquanto os trabalhadores recebem salários baixos. “Hoje, a Prefeitura paga R$ 5 mil ou R$ 6 mil para a empresa, que repassa apenas R$ 1,6 mil ou R$ 1,7 mil ao trabalhador. Se contratarmos direto, teremos uma economia de até 40% e poderemos pagar salários melhores, em torno de R$ 2 mil”, disse.
Transição gradual
O prefeito afirmou que a transição será feita aos poucos, permitindo que os atuais trabalhadores migrassem para os novos contratos diretos com o município. “É um processo para corrigir uma irregularidade. Estamos dando segurança aos servidores e, ao mesmo tempo, aliviando os cofres públicos”, concluiu.