AINDA FICO
Alvo de investigação por corrupção, Chico 2000 diz estar sendo cortejado por partidos
Kamila Araújo
Recém-reintegrado à Câmara de Cuiabá após quatro meses afastado por decisão judicial, o vereador Chico 2000 (PL) afirma que está sendo procurado por diversos partidos políticos, mas frisa que ainda não decidiu se irá deixar o PL.
Embora não tenha revelado nomes das siglas, o parlamentar afirmou que tomará uma decisão “no momento oportuno”, após protocolar oficialmente sua saída do Partido Liberal.
“Eu não sou um cara bonito, mas estou sendo cortejado por diversos partidos. Ainda estou no PL, mas todos saberão quando eu decidir sair”, disse Chico, com tom irônico.
O vereador possui carta de anuência para deixar o partido desde fevereiro, conforme confirmou o presidente estadual do PL, Ananias Filho, mas optou por permanecer na legenda até agora. A liberação veio em meio a um processo de desgaste interno, acentuado ainda antes de seu envolvimento em denúncias de corrupção expostas pela Operação Perfídia.
Racha com o PL e queda de prestígio
A permanência de Chico 2000 no PL tornou-se insustentável ainda em 2023, quando o partido escolheu apoiar Abílio Brunini na pré-campanha à Prefeitura de Cuiabá, descartando a intenção de Chico disputar o cargo.
Desde então, ele passou a demonstrar descontentamento com a falta de espaço político na legenda, que atualmente abriga uma base fortemente alinhada à extrema-direita, perfil com o qual Chico nunca se identificou plenamente.
Envolvimento em escândalo
Chico 2000 voltou ao Legislativo nesta semana após ser afastado por decisão da juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), durante a Operação Perfídia.
A investigação apura um suposto esquema de corrupção envolvendo o recebimento de R$ 250 mil em propina da empresa HB20 Construções, responsável pelas obras do Contorno Leste da capital.
O vereador e o colega Sargento Joelson são suspeitos de terem recebido valores em troca da aprovação de um projeto de lei que beneficiaria a empresa com a renegociação de dívidas fiscais, permitindo a emissão de certidões negativas e a consequente liberação de recursos públicos.