CONTINUAVA COM ATIVIDADE CRIMINOSA
Justiça revoga prisão domiciliar e manda de volta à cadeia chefe de facção em MT
Kamila Araújo
A Polícia Civil de Mato Grosso voltou a prender, nesta segunda-feira (9), Sebastião Lauze Queiroz de Amorim, conhecido como “Vovô” e apontado como um dos principais líderes de uma facção criminosa que atua nos bairros Jardim Liberdade e Osmar Cabral, em Cuiabá.
Ele já havia sido detido no dia 21 de agosto durante a Operação Ludus Sordidus, mas conseguiu o direito à prisão domiciliar após apresentar laudos médicos que indicam problemas cardíacos graves.
No entanto, mesmo monitorado eletronicamente, ele continuou comandando ações criminosas, o que levou a Justiça a revogar a medida.
A nova ordem de prisão preventiva foi expedida pela juíza Fernanda Mayumi Kobayashi, do Núcleo de Justiça 4.0, após a constatação de que Sebastião não havia interrompido suas atividades ilícitas, mesmo em regime domiciliar.
Ele chegou a participar de reuniões com membros da facção no bairro Osmar Cabral, descumprindo as condições impostas pelo monitoramento eletrônico.
Policiais da GCCO e da Draco foram até a residência do investigado para cumprir a nova ordem judicial. Após ser detido, ele foi encaminhado para unidade policial e colocado à disposição da Justiça.
Operação Ludus Sordidus
Deflagrada no dia 21 de agosto, a operação Ludus Sordidus visa desarticular uma facção criminosa com atuação estruturada em crimes como tráfico de drogas, estelionatos, jogos de azar e lavagem de dinheiro. Ao todo, foram expedidas 38 ordens judiciais, incluindo mandados de prisão, sequestro de bens e bloqueio de contas bancárias, que somam mais de R$ 13 milhões.
Segundo as investigações, Sebastião utilizava sua posição como presidente de um time de futebol amador para encobrir e fortalecer as atividades da facção.
Ele recebia, por exemplo, uma porcentagem dos lucros de plataformas de apostas clandestinas e lucros oriundos de golpes aplicados em sites de compra e venda.
Prisão domiciliar e morte de irmão
A decisão judicial que inicialmente concedeu prisão domiciliar ao líder da facção levou em consideração seu estado de saúde debilitado, com risco de infarto.
Na ocasião, a Justiça também autorizou sua presença no velório e enterro do irmão, João Bosco Queiroz de Amorim, que morreu ao confrontar policiais durante o cumprimento de um dos mandados da operação.
Apesar da concessão da prisão domiciliar e da implantação posterior da tornozeleira eletrônica, Sebastião continuou a exercer influência sobre o grupo criminoso, o que justificou o novo pedido de prisão preventiva.