USINA DE COLÍDER
Deputado alerta sobre riscos para famílias e pede que empresas indenizem moradores
Da Redação
O deputado estadual Diego Guimarães (Republicanos) defendeu, nesta segunda-feira (15), que as empresas Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras) e Companhia Paranaense de Energia (COPEL) indenizem os munícipes prejudicados pelo rebaixamento do reservatório artificial da usina em Colíder (650 km ao norte de Cuiabá).
Após identificarem falhas nos drenos, a COPEL e Eletrobras rebaixaram o nível do reservatório artificial – conhecido como “lago” – para evitar sobrecarga à estrutura da usina e danos ao município. A medida, entretanto, secou as regiões que eram preenchidas pelo Rio Teles Pires. Dessa forma, houve danos ambientais e prejuízos econômicos estimados em R$ 100 milhões.
Diego falou sobre o tema durante a instalação da Câmara Setorial Temática que pretende investigar falhas estruturais da usina e evitar novos danos ao município. Ele preside o grupo, enquanto o deputado Beto Dois a Um (PSB) é relator e a deputada Janaina Riva (MDB) atua como secretária.
O deputado solicitou a instalação da Câmara após a Copel e Eletrobras, que administram a unidade, identificarem falhas em 4 dos 70 drenos existentes na barragem. Ele avaliou que “vidas humanas foram colocadas em risco” e exigiu medidas emergenciais.
“O que nos preocupa nesse momento é diminuir os impactos ambientais, verificar se estão tomando as medidas necessárias e trazer segurança financeira para as famílias. Há uma cadeia produtiva do turismo e pesca esportiva que está com prejuízo e demissões. Nosso desejo é conseguir medidas urgentes como uma bolsa ou um auxílio. Não dá para esperarmos concluir todo o problema para criar uma alternativa de reparação econômica, pois os danos podem ser irreversíveis”, acrescentou.
A Câmara Setorial Temática, contudo, pode ser extinta caso Diego consiga assinaturas suficientes para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Isso porque, conforme o regimento do Poder Legislativo, a CPI tem poderes mais amplos de investigação e convocação.
“Estive [em Colíder] e pude ver a mortandade de peixes, o impacto econômico a todos que tinham atividades econômicas entorno da barragem. Os municípios terão diminuição na arrecadação dos royalties provenientes da geração de energia dessa usina. Tudo isso será averiguado, mas entendemos que a COPEL e Eletrobras precisam reparar a população e entes públicos afetados”, considerou.
“Estamos aguardando a assinatura dos deputados sobre o requerimento da CPI. Caso seja aprovada, devemos extinguir a Câmara Setorial, pois o poder investigativo e de requerimento é mais amplo e intenso. Essa é a finalidade da CPI, enquanto a Câmara Setorial é mais de acompanhamento”, concluiu.