PM demonstrou empatia tardia ao matar personal trainer; delegado opina por liberdade de esposa

O delegado Bruno Abreu, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou nesta terça-feira (23) que o assassinato da personal trainer Rozeli da Costa, morta a tiros em 11 de setembro, no bairro Canelas, em Várzea Grande, foi premeditado. O principal suspeito, o soldado da Polícia Militar Raylton Duarte Mourão, confessou o crime.

De acordo com o delegado, embora o militar tenha negado a intenção antecipada, os elementos da investigação indicam o contrário. “Ele sabia onde a vítima morava, sabia onde trabalhava, estudou a rotina dela. Ninguém sai de casa às 3 horas da manhã para rodar pela casa da vítima sem saber onde ela mora. Para mim, é um crime premeditado”, destacou Abreu. A esposa do PM, Aline Kounz, apresentou-se nesta terça à DHPP, mas o delegado não vê participação no crime e opinou pela concessão de liberdade. Aline irá passar por audiência de custódia ainda hoje.

O policial militar também teria contado com a ajuda de um comparsa, que, segundo o delegado, será identificado e preso. “Ele buscou esse comparsa, praticou o crime e, em seguida, o deixou a pé para tentar disfarçar e dificultar a investigação”, explicou.

Durante a coletiva, o delegado confirmou ainda que a esposa do soldado, Aline, se apresentou voluntariamente à delegacia para prestar depoimento. Segundo Abreu, até o momento não há elementos que comprovem a participação dela no crime. “Ela será ouvida após a coletiva. O que temos é que, segundo o próprio policial, se tivesse conversado com a esposa antes, talvez não teria cometido o crime. Ele disse que ela não aceitaria uma situação dessas e que isso poderia levar até a uma separação”, relatou.

Abreu acrescentou que o acusado demonstrou arrependimento durante o interrogatório. “Ele se mostrou arrependido no sentido de ter matado uma mãe de dois filhos e chegou a refletir como seria se isso tivesse acontecido com a própria esposa. É uma mistura de loucura com um certo exercício de empatia”, afirmou.