CULINÁRIA
Pancetta crocante que leva quase 30 horas para ficar pronta: conheça o Restaurante Martineli
Patrícia Neves
Você sabia que a famosa pancetta (mega crocante) do Restaurante Martineli leva quase 30 horas para atingir o ponto perfeito? Desde o refilamento, passando pelo preparo do tempero e o período marinando, cada pedaço é tratado com um cuidado artesanal que se reflete na textura e no sabor inconfundíveis. De molho no tempero, a pancetta fica por cerca de doze horas. Depois, ela passará por um pré-cozimento. Em seguida, vai ao forno por mais quatro horas. Depois disso, é refrigerada, e só então é feito o corte final para preparar e servir.
Localizado na Avenida Agrícola Paes de Barros, número 1339, próximo à Arena Pantanal, o Martinelli é comandado pelo casal Priscila Martinelli e Paulo Humberto Ferreira Júnior. Há cinco anos, trouxeram para Cuiabá uma tradição de família, herdada do pai de Priscila, com mais de 20 anos de experiência no ramo da alimentação na cidade de Várzea Grande.
Mas o que torna o Martinelli especial não é apenas a pancetta que estala na boca? O cardápio é um verdadeiro convite para os apaixonados por comida de verdade. Entre as opções, destaca-se o clássico caldo de quenga — uma combinação encorpada de frango, mandioquinha, bacon, calabresa e milho.
E se você pensa que caldo não combina com o calor cuiabano, pode repensar: mesmo com os termômetros marcando 40 graus, os caldos são tão procurados quanto os famosos espetos da casa. Priscila conta que outros caldos que fazem sucesso são o tradicional de dobradinha e o de mocotó, que demandam mais de 15 horas de preparo. “O segredo é que ele não fica todo o tempo na panela de pressão. Usamos por um pequeno período, e depois o caldo é apurado lentamente em fogo baixo”, explica Priscila. O cardápio ainda conta com caldo de feijão e abóbora com carne seca — sempre acompanhados de torradinhas.
Cuidado é uma prática diária no Martinelli, que também oferece pratos ‘rústicos’ e saborosos no cardápio. Um exemplo é o fígado acebolado, que, mesmo não sendo unanimidade, conquista pela forma como é preparado: com atenção à temperatura da chapa e cozido em fogo baixo. O resultado? Um prato suculento e de excelente apresentação. O bife a cavalo é outra atração. “Tem gente que sai do CPA e vem aqui só por causa desse prato”, conta Paulo (que, para os amigos, é o ‘J’).
Normalmente, quem vai ao restaurante acaba voltando. “E assim a gente vai cativando o público. Um conta pro outro e as pessoas passaram a conhecer”, relata o comerciante, lembrando que todos os dias o restaurante serve pratos executivos — sempre bem recheados e com uma vasta salada. Na verdade, o cardápio agrada a todos os públicos: espetos, petiscos, cerveja, peixes (lá é possível conhecer a parmegiana de pintado), pão de alho, picanha acebolada e ao queijo, costela com mandioca e o queridinho cuiabano, banana verde com carne. Isso sem contar a macarronese, que é servida como acompanhamento da Maria Izabel às quartas-feiras.
Ainda falando em pratos populares, o filé à parmegiana também é destaque no restaurante. Seu diferencial está no molho de tomate natural, feito com tomates italianos bem vermelhinhos. “Não usamos nada enlatado ou condimentado. O molho é preparado com tomates frescos e leva pelo menos seis horas apurando. A produção é sempre feita de um dia para o outro”, revela Priscila. Outro detalhe é que as porções são gratinadas em um forno conhecido como ‘Salamandra’, que tem rápido aquecimento e alta temperatura — o que faz o queijo ‘borbulhar’ e chegar à mesa ainda muito quente.
Sinceramente? Vale conhecer. O restaurante funciona de segunda a sexta-feira, das 11h às 14h no almoço. O jantar é sempre das 18h às 23h30. Aos sábados, o funcionamento é das 11h às 15h. Para conhecer mais: @https://www.instagram.com/martinelicuiaba/