Saúde em alerta: MT emite comunicado sobre risco de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas

A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT), por meio do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs-MT), emitiu um Comunicado de Risco aos profissionais de saúde do Estado para reforçar a atenção diante de um surto de intoxicação por metanol associado a bebidas alcoólicas adulteradas, com origem no estado de São Paulo.

Embora não haja registros de casos confirmados ou suspeitos em Mato Grosso até o momento, o alerta busca intensificar a vigilância e garantir a rápida notificação de qualquer ocorrência suspeita. Em todo o país, já foram contabilizados 43 casos, sendo 39 deles em São Paulo. Uma morte já foi confirmada naquele estado, e outras oito estão sob investigação em São Paulo, Pernambuco e Bahia.

Sintomas e riscos

Segundo o técnico responsável pelo Cievs-MT, Menandes Alves de Souza Neto, os primeiros sintomas da intoxicação por metanol costumam aparecer entre seis e 12 horas após o consumo, sendo muitas vezes confundidos com os efeitos de uma embriaguez comum. Entre os sinais estão náuseas, vômitos, dor abdominal, confusão mental e dor de cabeça.

No entanto, o quadro pode evoluir rapidamente. De 12 a 24 horas após a ingestão, os efeitos se tornam mais graves, com alterações visuais (visão turva, fotofobia, pupilas dilatadas) que podem levar à cegueira permanente, além de complicações neurológicas (convulsões, coma) e metabólicas (respiração acelerada e profunda).

Notificação é obrigatória

A intoxicação por metanol é considerada um evento de importância nacional em Saúde Pública, sendo obrigatória sua notificação imediata às autoridades sanitárias. “Monitoramos rumores sobre possíveis casos, mas reforçamos que nenhum caso foi registrado oficialmente em Mato Grosso até agora, nem mesmo como denúncia”, destacou Menandes.

O Cievs-MT orienta que qualquer caso com sintomas suspeitos seja imediatamente notificado para que se inicie a investigação epidemiológica, com o objetivo de identificar a fonte da contaminação, rastrear indivíduos expostos e adotar medidas de prevenção.

Reforço na fiscalização

Além do alerta clínico, a SES-MT destacou o papel dos órgãos de regulação e fiscalização, que vêm intensificando a vigilância na cadeia de comercialização de bebidas alcoólicas. A meta é combater a adulteração de produtos e o uso indevido de substâncias químicas industriais, como o metanol, que tem uso restrito e não deve ser incorporado em produtos para consumo humano.

A orientação à população é clara: evite o consumo de bebidas de origem duvidosa, especialmente aquelas vendidas sem rótulo, lacre ou procedência conhecida. Em caso de sintomas suspeitos, a recomendação é procurar atendimento médico imediato e informar sobre o possível consumo de bebida adulterada.