OPERAÇÃO RASPADINHA DO CRIME
Preso no Rio, criminoso volta a ser alvo da Polícia Civil em nova operação contra jogos ilegais
Da Redação
Ederson Xavier de Lima, conhecido como Boré, voltou a figurar entre os alvos da Polícia Civil de Mato Grosso nesta terça-feira (14), apesar de estar preso desde o dia 28 de setembro, quando foi capturado em uma praia de Niterói (RJ). Ele é apontado como um dos envolvidos no esquema criminoso que motivou a Operação Raspadinha do Crime, deflagrada nesta manhã e que cumpre 111 ordens judiciais em mais de 30 cidades do estado.
A operação tem como foco desarticular uma rede de exploração ilícita de jogos de azar, utilizada para financiar uma facção criminosa com atuação dentro e fora dos presídios de Mato Grosso. O esquema, segundo as investigações, movimentou milhões de reais nos últimos meses.
Coordenada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), em parceria com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), a ação desta quarta-feira representa um duro golpe no braço financeiro da facção.
Foram expedidos e estão sendo cumpridos:
21 mandados de prisão preventiva,
54 de busca e apreensão,
11 ordens de bloqueio de bens,
25 medidas de quebra de sigilo bancário e telemático,
e sequestro de valores que ultrapassam R$ 1,1 milhão.
O material ligado ao esquema também está sendo recolhido: centenas de raspadinhas falsas e banners publicitários utilizados na fachada de legalidade da operação foram apreendidos com autorização para descarte.
Os mandados foram autorizados pelo juiz Anderson Clayton Dias Batista, da 5ª Vara Criminal de Sinop, e se espalham por municípios como Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Rondonópolis, Tangará da Serra, Lucas do Rio Verde, Sorriso, entre outras cidades do interior.
As investigações identificaram uma estrutura hierárquica bem definida, com núcleos operacionais, financeiros e estratégicos. No topo, líderes sediados em Cuiabá eram responsáveis pelo controle das finanças e pela definição das diretrizes da operação. Já o setor financeiro cuidava de contas bancárias de fachada e da movimentação do dinheiro obtido ilegalmente.
Na base do esquema, operadores locais distribuíam os bilhetes de raspadinhas, arrecadavam os valores e organizavam a contabilidade. O modelo de atuação imitava o de uma empresa formal, mas servia exclusivamente à lavagem de dinheiro e ao financiamento de atividades ilícitas da facção.
Boré, embora preso, continua sendo um dos principais investigados por supostamente comandar parte dessa engrenagem, inclusive após sua captura no litoral fluminense.
A Operação Raspadinha do Crime é parte do programa Tolerância Zero do Governo de Mato Grosso, dentro da estratégia Operação Inter Partes da Polícia Civil, que busca sufocar as fontes de renda das organizações criminosas no estado.