Mendes admite frustração com aumento de feminicídios em Mato Grosso: “Cada vida perdida é uma derrota para o Estado”

O governador Mauro Mendes (União Brasil) afirmou nesta terça-feira (14) que se sente frustrado com o crescimento dos casos de feminicídio em Mato Grosso, mesmo após os avanços e investimentos realizados pelo governo estadual para combater a violência contra a mulher.

Segundo Mendes, o Estado tem adotado diversas políticas públicas voltadas à proteção feminina, incluindo o fortalecimento das medidas protetivas, campanhas educativas e ações interinstitucionais com o Ministério Público e o Tribunal de Justiça. Apesar disso, o número de casos continua preocupante.

“Hoje Mato Grosso tem quase 14 mil medidas protetivas em vigor, e, entre todas essas mulheres que acionaram o Estado, apenas duas foram vítimas de feminicídio. No entanto, dos 39 casos registrados, 34 envolveram mulheres que nunca haviam pedido ajuda ou acionado a polícia. Isso mostra que ainda precisamos trabalhar muito mais na prevenção e na conscientização”, declarou.

O governador reforçou que o Estado tem aumentado o ritmo de investimentos em políticas de enfrentamento à violência doméstica e destacou que a transparência nos dados é parte essencial do processo. “Nós não escondemos os números. A melhor forma de enfrentar um problema é encará-lo de frente, mesmo quando os resultados ainda não são os que gostaríamos”, afirmou.

Conforme dados do sistema Caliandra, do Ministério Público Estadual, somente neste ano já foram registrados 44 feminicídios de feminicídio em Mato Grosso. “É muito frustrante para mim. Cada vida de uma mulher perdida é uma derrota. Mas há uma sensação de impunidade muito grande no Brasil, e muitos crimes ocorrem de forma inesperada, cometidos por pessoas sem histórico de violência. Isso mostra o quanto precisamos investir em educação e prevenção”, completou.

O governador ressaltou que, embora seja impossível “colocar um policial ao lado de cada mulher”, o governo continuará a ampliar campanhas educativas, fortalecer a rede de proteção e ouvir sugestões de instituições e especialistas para aprimorar as políticas públicas.

“Não existe fórmula mágica, mas existe compromisso. Vamos continuar enfrentando esse problema de frente, com ações concretas e transparência”, concluiu Mendes.