APÓS OPERAÇÃO LETAL NO RJ
Mendes defende endurecimento das leis penais e elogia criação do “Consórcio da Paz”
Da Redação
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), comentou na manhã desta sexta-feira (31) a criação do “Consórcio da Paz”, iniciativa firmada por sete governadores na durante reunião no Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro. O projeto visa integrar ações de inteligência, apoio financeiro e compartilhamento de efetivos policiais no combate ao crime organizado.
A proposta surge após a operação no Rio de Janeiro que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, reacendendo o debate sobre segurança pública e o papel dos estados no enfrentamento às facções criminosas.
Mauro Mendes destacou a importância da cooperação entre os governos estaduais, mas defendeu que o Brasil precisa de mudanças estruturais e legais para enfrentar o crime de forma permanente e eficaz.
“Existe cooperação, mas é preciso ir além. As facções criminosas estão presentes em todos os estados brasileiros, inclusive em Mato Grosso. A diferença é que aqui elas não dominam territórios, não há bairros onde a polícia não entra. Mas essa é uma realidade em várias partes do país, e isso exige uma mudança do Estado brasileiro e dos marcos legais para termos instrumentos mais adequados e eficientes”, afirmou o governador.
Mendes criticou a fragilidade do sistema judicial e penal, que permite a rápida soltura de criminosos mesmo após grandes operações.
“Não dá para prender um traficante pela manhã e vê-lo solto à tarde. Não é razoável prender alguém com centenas de quilos de droga e, meses depois, ele estar nas ruas novamente. O dano que esses criminosos causam à sociedade é enorme, e o custo para o Estado é altíssimo. Se não mudarmos a lei, continuaremos enxugando gelo”, alertou.
O governador mato-grossense reforçou que o Consórcio da Paz é um passo importante, mas que o enfrentamento ao crime organizado precisa de continuidade, integração e firmeza institucional.
“Essas operações reduzem momentaneamente o problema, mas não o resolvem. É preciso fortalecer o Estado, modernizar a legislação e garantir que o crime não compense”, concluiu.


