Russi alerta para “efeito cascata” com reajuste do Judiciário e diz que aumento pode gerar novas pressões salariais

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Max Russi (PSB), admitiu que o reajuste salarial de 6,38% proposto aos servidores do Tribunal de Justiça (TJMT) pode provocar um efeito cascata e abrir espaço para que servidores de outros poderes e órgãos também reivindiquem aumento.

Segundo Russi, embora o pedido do Judiciário seja legítimo e esteja dentro da legalidade, o impacto político e financeiro pode se estender a todo o funcionalismo público estadual.

“Pode, lógico que qualquer setor, qualquer órgão que ganhar um aumento, os outros também têm direito. Os servidores do Ministério Público, da Assembleia e principalmente do Executivo, que é o mais defasado, também vão reivindicar. Todo servidor tem direito de lutar por recomposição e aumento salarial, isso é importante”, disse o parlamentar nesta quinta-feira (6).

O alerta do presidente da ALMT ocorre em meio às discussões sobre o projeto de lei que concede o reajuste aos servidores do TJ, que ainda tramita na Casa e deverá ser votado nas próximas sessões. O tema vem gerando divergências internas, principalmente sobre o impacto econômico que o aumento pode ter nas contas públicas estaduais.

De acordo com estimativas apresentadas em audiências anteriores, o reajuste representa cerca de R$ 1,6 milhão por mês em despesas adicionais. Embora o presidente do TJMT, desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha (Zuquim), tenha garantido que a recomposição está prevista dentro do orçamento do tribunal, o governo e líderes parlamentares avaliam que o gesto pode estimular novas demandas salariais nos demais poderes.

“O reajuste do Judiciário, se aprovado, acaba servindo de parâmetro. É natural que outras categorias também busquem equiparação. E isso aumenta a pressão sobre o orçamento do Estado”, ponderou Russi.