DOGDE APREENDIDA
Gerente da facção com nove mandados ostentava armas, picapes e movimentou R$ 2 milhões em quatro meses
Da Redação
A Operação Ressona, deflagrada hoje (19), cumpre 30 ordens judiciais contra uma facção criminosa que atua em Lucas do Rio Verde e mantém ligação direta com líderes foragidos em favelas do Rio de Janeiro. Foram cumpridos 17 mandados de prisão, 13 de busca e apreensão, além do bloqueio de R$ 9,3 milhões e sequestro de bens móveis e imóveis, expedidos pela 5ª Vara Criminal de Sinop. Durante a ação, a Polícia Civil encontrou uma rinha de galo com mais de 50 animais que foram retirados do local em razão de maus-tratos.
As investigações, conduzidas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e pela Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco), revelaram o alto poder aquisitivo do gerente da célula local, com veículos de luxo, fazenda, casas de alto padrão e diversos registros em fotos e vídeos ostentando armas de fogo e grandes volumes de dinheiro em espécie.
Em apenas quatro meses, o esquema movimentou cerca de R$ 2 milhões, com características típicas de lavagem de dinheiro, incluindo transações fragmentadas, repasses imediatos, uso de contas encerradas por fraude e destinatários ligados ao tráfico e à organização criminosa.
Durante o cumprimento dos mandados, a polícia localizou ainda uma rinha de galos e uma caminhonete Dodge Rampage, evidenciando o estilo de vida luxuoso mantido pelo grupo.
O gerente da facção realizava viagens ao Rio de Janeiro para adquirir armamentos pesados, como fuzis, armazenados em uma chácara de sua propriedade em Sorriso, usada como paiol clandestino. Um dos líderes no Rio de Janeiro, apontado como padrinho do gerente, possui nove mandados de prisão e também ostenta armas e fuzis, conforme as investigações.
Segundo o delegado Antenor Pimentel, responsável pelas apurações, a operação representa um duro golpe à facção, cortando o elo entre líderes foragidos no Rio de Janeiro e a célula de Mato Grosso.
“A expectativa é que os desdobramentos levem à desarticulação completa da célula e à responsabilização dos líderes refugiados no Rio de Janeiro”, afirmou.
O nome da operação, Ressona, simboliza o eco das ordens emitidas por criminosos foragidos que continuavam a influenciar a criminalidade local. O cumprimento das ordens contou com apoio da Delegacia Regional de Nova Mutum, da Delegacia Regional de Guarantã do Norte, da Core e da Cecor, integrando o programa Tolerância Zero e a Operação Renorcrim, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O desdobramento da operação reforça a estratégia do estado de Mato Grosso de combater o crime organizado, interrompendo a ostentação, os esquemas de lavagem de dinheiro e os negócios ilícitos de facções criminosas.
Leia Mais:
MT corta vínculo de facção com líderes escondidos no RJ e bloqueia R$ 9,3 milhões; Vídeo


