MAS AINDA TÁ CEDO
Mendes vê múltiplas candidaturas da direita e diz que cenário econômico dificilmente favorecerá Lula
Kamila Araújo
O governador Mauro Mendes (União Brasil) admite que a pulverização de candidaturas da direita à Presidência da República é estratégia benéfica capaz de enriquecer o debate nacional, e não acredita que isso pode favorecer o projeto de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Para Mendes, a situação econômica do país, marcada por juros elevados, estagnação e aumento de despesas públicas, reduz as chances de que Lula chegue competitivo em 2026, independentemente da quantidade de nomes lançados pela direita.
Segundo o governador, ter dois, três ou até quatro candidatos no primeiro turno pode ampliar o diálogo e permitir que mais propostas cheguem ao eleitor, ao invés de enfraquecer o campo conservador. Ele enfatizou que o problema não está na quantidade de candidaturas, mas no desempenho da economia brasileira até o período eleitoral.
Mendes respondeu a uma avaliação do ex-senador Cidinho Santos (PP), que afirmou ser difícil para os governadores de direita chegarem a um consenso sobre lançar um único nome ou permitir várias candidaturas. Para o governador, ainda é cedo para decisões definitivas.
“Talvez essa estratégia de ter dois, três, quatro candidatos seja boa, porque amplia a capacidade de debater e dialogar sobre os reais problemas do país.”
Questionado se isso não dividiria os votos da direita e beneficiaria a esquerda, o gestor estadual disse não acreditar nisso, tendo em vista que o Brasil ainda está distante do cenário de prosperidade prometido durante a campanha presidencial de 2022.
“Gostaria muito que todos estivessem comendo picanha, vivendo com segurança e com juros abaixo de dois dígitos. Infelizmente, isso não é a realidade”, criticou.
Partindo disso, Mendes voltou a apontar que o governo Lula tem apostado em aumento de gastos públicos e novas despesas que, segundo ele, podem comprometer o futuro econômico do país.
“Eu só vejo todo dia criar despesa. Essa conta vai chegar. O tempo é implacável. Se você toma decisões erradas, as consequências chegam.”
Ao analisar o cenário eleitoral, disse que ainda há um ano inteiro para que a economia “piora ou melhore”, mas não demonstrou otimismo com a gestão federal: “Gostaria muito que o Brasil tivesse bem, mas isso não é verdade.”



