BANDO NA MIRA DA PJC
Traficantes chegaram a movimentar R$ 500 milhões, aponta delegado; Justiça bloqueia R$ 40 milhões; Vídeo
Da Redação
A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou na manhã desta quarta-feira (3) a Operação Efatá, que mira um dos maiores esquemas de lavagem de dinheiro ligados ao tráfico de drogas já identificados no estado. O delegado Wilson Cibulskis Junior, titular da Delegacia Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc), revelou que os alvos chegaram a movimentar cerca de R$ 500 milhões.
“A operação é deflagrada em Cuiabá, base a uma grande cidade do interior do estado, para um bloqueio de até 41 milhões de reais. Esse grupo criminoso movimentou aproximadamente 500 milhões de reais e somente um dos alvos movimentou 295 milhões de reais. Essa investigação iniciou em 2022, após uma prisão em flagrante por tráfico de drogas, e também em 2023 conseguimos interceptar uma carga de drogas que iria para a cidade de Várzea Grande. Com a continuidade da investigação, descortinamos esse grupo: várias contas, várias empresas de fachada, tudo estruturado para lavar dinheiro”, afirmou o delegado.
A operação cumpre 148 ordens judiciais, incluindo 34 mandados de busca e apreensão domiciliar, 40 medidas cautelares diversas de prisão, 40 bloqueios de contas bancárias de pessoas físicas e 19 bloqueios de contas de empresas – somando um bloqueio total autorizado de R$ 41,2 milhões. Também foram determinados o sequestro de imóveis e de 15 veículos automotores. As ordens foram expedidas pelo Núcleo de Justiça 4.0 do Juiz de Garantias de Cuiabá.
Os mandados são cumpridos em Cuiabá, Várzea Grande, Água Boa, Sinop, Primavera do Leste e no estado de Mato Grosso do Sul.
A investigação da Denarc identificou um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro operado por meio de empresas de fachada, contas em nome de laranjas e movimentações bancárias sem qualquer lastro documental. Apenas um dos investigados movimentou, entre créditos e débitos, R$ 295.087.462,24, de acordo com levantamento técnico.
Segundo a polícia, parte do dinheiro era fracionada em pequenas quantias e circulava entre diversas contas de pessoas físicas e jurídicas, uma estratégia para ocultar e dissimular a origem ilícita dos valores provenientes do tráfico.
A Operação Efatá marca mais uma ofensiva da Polícia Civil contra organizações criminosas que utilizam estruturas empresariais e familiares para lavar grandes somas de dinheiro no estado. A Denarc afirma que novas fases ainda podem ser deflagradas conforme avançam as análises financeiras e patrimoniais.



