Adauto Botelho disponibiliza vaga e vai readmitir homem que matou a tia e arrancou o coração

O Hospital Adauto Botelho confirmou que vai receber novamente Lumar Costa da Silva, homem que assassinou a tia Maria Zélia da Silva, arrancou o coração dela e confessou ter agido após “ouvir vozes”. A informação foi comunicada oficialmente pela Equipe Multiprofissional de Avaliação e Acompanhamento (EAP), que atua como elo entre o sistema de Justiça e a rede de saúde mental do SUS.

Segundo o documento enviado ao Judiciário, a direção do CIAPS confirmou a concessão de vaga em caráter excepcional, mesmo sem leitos disponíveis no momento. A unidade informou que irá admitir Lumar para nova avaliação psiquiátrica obrigatória, conforme determinação judicial. O protocolo de exames necessários já foi encaminhado à defesa.

Justiça determinou retorno imediato ao tratamento

A readmissão ocorre após a Justiça de Mato Grosso revogar a desinternação concedida anteriormente e ordenar a prisão de Lumar, que havia deixado o Adauto Botelho em junho deste ano para viver sob responsabilidade do pai, em Campinas (SP). No entanto, ele descumpriu todas as condições impostas: abandonou o tratamento psiquiátrico, deixou de tomar as medicações e se envolveu em um novo episódio de violência doméstica.

O juiz Geraldo Fidélis, da Vara de Execuções Penais, afirmou que o novo delito tem o mesmo padrão de violência que antecedeu o crime de 2019, reforçando o risco de reincidência. Diante disso, determinou a prisão e seu retorno imediato ao regime de internação terapêutica, proibindo qualquer encaminhamento a unidade prisional comum.

Crime bárbaro chocou Mato Grosso

Lumar Costa ficou conhecido nacionalmente em 2019 ao matar a própria tia em Sorriso. Ele havia chegado ao estado quatro dias antes, após tentar matar a mãe em Campinas. Usuário de drogas, passou a apresentar comportamentos estranhos na casa da tia, que era religiosa e se sentia desconfortável com a situação. A família conseguiu uma quitinete para que ele morasse sozinho, mas o crime ocorreu logo em seguida.

Segundo investigação da Polícia Civil, Lumar atacou a tia de forma extremamente violenta e retirou o coração dela. À época, afirmou em depoimento que “ouviu vozes” que o mandaram cometer o crime. Não demonstrou arrependimento.

Internação será monitorada pela segurança pública

Com a nova ordem judicial, Lumar deverá ser transferido novamente para Mato Grosso e encaminhado diretamente ao Adauto Botelho para reavaliação clínica. A internação será acompanhada pela segurança pública, e a EAP seguirá monitorando o cumprimento das medidas terapêuticas em todas as fases do processo.

O órgão colocou seus contatos à disposição da Justiça e reforçou que sua atuação é garantir que pessoas com transtornos mentais em conflito com a lei recebam tratamento adequado, respeitando protocolos clínicos e evitando novos episódios de violência.