(Cláudio Dantas, publicado no portal O Antagonista em 3 de março de 2023)
Paulo Guedes submergiu no fim do ano passado e, desde então, tem se mantido longe dos holofotes e do debate público. A discrição é justificável, elogiável até, mas já deu. O ex-ministro da Economia nunca foi tão necessário para equilibrar o debate sobre a política econômica, que virou um verdadeiro circo dos horrores.
Não se trata apenas de desmontar a narrativa lulopetista de crise econômica e escassez, mas de vocalizar as expectativas de diferentes setores empresariais e sociais, de trazer à mesa dados concretos sobre as experiências que deram certo nos últimos 4 anos e ajudar o Congresso a defendê-las do vandalismo institucional promovido por Lula e seus sequazes.
Os números não mentem.
O PIB fechou o ano passado com crescimento de 2,9%, a inflação foi revisada para baixo 8 vezes seguidas, a dívida pública caiu para pouco mais de 70% do PIB e o desemprego chegou a 9,3%, menor taxa em 8 anos. O último ano terminou com superávit de R$ 54 bilhões, o primeiro em 9 anos. Com guerra na Ucrânia, pandemia de coronavírus e auxílio de R$ 600 — o triplo do Bolsa Família.
As estatais acumularam lucros; a Petrobras distribuiu mais de R$ 215,7 bilhões em dividendos, dos quais 28,67% foram diretamente para os cofres do Tesouro e outros 7,94% reforçaram os cofres do BNDES, que também teve lucro recorde. Em suma, o controle de gastos garantiu juros baixos ou controlados e inflação na meta, abrindo a possibilidade de redução de impostos.
O que se vê, desde o período da transição, é o oposto disso. Estouro de despesas, endividamento em bola de neve com consequente impacto na inflação (foram 11 revisões para cima até agora) e pressão por aumento de impostos. Em vez de lucro, destruição de valor da estatais (e também das empresas privadas) e consequente queda no crescimento econômico.
Guedes vai ficar só olhando?