Da Redação
Colocado em segunda votação durante sessão desta quarta-feira (22), o projeto de lei intitulado ‘exercício de garantias constitucionais nos ambientes educacionais em Mato Grosso’, de autoria do deputado estadual Valdir Barranco (PT), foi barrado graças ao deputado estadual bolsonarista Gilberto Cattani (PL), que alertou os demais parlamentares sobre um dos artigos da proposta que garante a permissão para educadores promoverem doutrinação ideológica nas escolas.
O artigo 2° da proposta, que foi duramente criticado por Cattani, prevê a permissão para que professores promovam discussão de temas relativos à raça e etnia, religião, gênero, identidade de gênero, orientação sexual, igualdade e inclusão nas escolas mato-grossenses.
Vale lembrar que o projeto que tramita desde 2019 na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, quando Cattani ainda não havia tomado posse como deputado, já havia sido aprovado em primeira votação, passado com o parecer favorável em todas as comissões e precisava apenas passar pela segunda votação para ir a sanção do governador Mauro Mendes (União).
“A esquerda sempre está querendo colocar doutrinação nas escolas para nossos filhos. Os pais querem colocar seus filhos nas escolas para eles aprenderem matemática, português e as lições que devem trazer para eles conhecimento. Com este projeto de lei eles querem doutrinar nossas crianças colocando questões ideológicas e isso não podemos aceitar”, disse Cattani, alertando os demais parlamentares da casa de lei.
Após o alerta de Cattani, vários deputados criticaram a proposta e o projeto acabou sendo retirado de votação com o pedido de vista do deputado estadual Sebastião Rezende (União).
O deputado estadual Cláudio Ferreira (PTB) se posicionou contra o projeto petista que prevê a propagação da ideologia de gênero nas escolas de Mato Grosso.
“O deputado do PT (Partido dos Trabalhadores) está ‘viajando’. Ele quer transformar o ambiente escolar em um ambiente de deformação”, criticou o deputado conservador.
Cláudio reforçou ainda que a escola é um ambiente de formação do indivíduo. O parlamentar comentou que o projeto prevê a laicidade do Estado. Contudo, isso já é previsto pela Constituição Federal, portanto, o Estado já é laico.
“O senhor está querendo que o Estado comece a dizer o que a pessoa tem que ser? Abrir precedente para que as pessoas digam a um menino, que nasce do sexo masculino, que ele não é homem, e que uma menina não é mulher?”, perguntou Cláudio. “Quero pedir ao Plenário que a gente derrube, de uma vez por todas, esse projeto. Infelizmente, o deputado Valdir Barranco, do PT, viaja na maionese, de vez em quando, por aqui”, finalizou.