The news is by your side.

Lula do Brasil e Xi da China: uma ordem mundial liderada pelo PCC

0
RTV Outdoor 1260px X 120px

 

Da Ucrânia a Taiwan e abandonando o dólar, o Brasil está a bordo com a nova ordem comunista liderada pela China.

Em 14 de abril, o presidente de esquerda do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, membro do Partido dos Trabalhadores, se reuniu com o líder chinês Xi Jinping em Pequim. O PCC estendeu o tapete vermelho e a guarda de honra militar enquanto os dois líderes tentavam reparar as relações prejudicadas durante o governo direitista do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A visita, bem como um recente encontro com o presidente francês Emmanuel Macron, são vistos como parte da nova ofensiva diplomática de Pequim para trazer mais países para a órbita do Partido Comunista Chinês (PCC). O objetivo final é remover o apoio da ordem internacional liderada pelos EUA.

Lula afirmou que apoia o plano de paz de 12 pontos de Pequim para a Ucrânia, e os dois concordaram que a negociação é a única saída para a guerra. Os dois se apresentaram como mediadores. É importante notar que o plano de Xi não exige que a Rússia se retire da Ucrânia ou devolva a Crimeia e outros territórios aos ucranianos.

O Brasil é membro do BRICS junto com Rússia, Índia e África do Sul. Bolsonaro votou para condenar a invasão russa da Ucrânia, mas afirmou publicamente que o Brasil não tomaria partido. Oficialmente, o Brasil não aderiu às sanções ocidentais contra a Rússia. Sob Lula, eleito em 2022, o Brasil manteve sua condenação à invasão russa, mas Lula também culpou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, e a OTAN por agravar a situação. Além disso, o Brasil se recusou a vender armas para a Ucrânia.

Quando África do Sul, Rússia e China realizaram exercícios militares conjuntos no início deste ano, o Brasil não participou. Mas depois de se encontrar com Xi, Lula pediu que a integridade territorial da China fosse respeitada – um eufemismo do PCC que apóia uma invasão chinesa de Taiwan.

Pequim e Moscou prometeram recentemente aumentar sua cooperação em um ato de desafio à hegemonia dos EUA. Os dois países têm trabalhado juntos para contornar o dólar americano e aumentar a internacionalização do yuan ou criar uma moeda do BRICS.

Lula disse a repórteres que quer eliminar o dólar americano do comércio internacional. O comércio bilateral entre Brasil e China bateu recorde no ano passado, com o superávit comercial indo para o Brasil. O banco de desenvolvimento do BRICS com sede em Xangai, o Novo Banco de Desenvolvimento, é liderado pela ex-presidente brasileira Dilma Rousseff.

A China responde por 15% do comércio global, mas o yuan representa apenas cerca de 4% dos acordos comerciais. O Brasil não está se juntando à Rússia e à China em seus esforços para desdolarizar, pois os obstáculos estão impedindo que isso aconteça.

Todas as outras importações e exportações do Brasil, dívida externa e reservas cambiais são em dólares. Dito isso, o yuan vem ganhando força. O Standard Chartered Renminbi Globalization Index (RGI), que mede a internacionalização do yuan, subiu 26,6% em 2022. O uso generalizado do yuan continua baixo e é limitado a países sob sanções dos EUA ou aliados próximos da China, como o Iraque.

Enquanto Xi e o presidente russo, Vladimir Putin, estão pressionando o bloco BRICS e o Brasil está a bordo, a posição da Índia permanece mais ambígua. A Índia compra armas e petróleo da Rússia, mas não aderiu aos exercícios militares realizados na África do Sul. Nova Délhi também está pressionando contra a permissão de acordos comerciais em yuan.

O gabinete de Lula divulgou nota no dia 14 de março sobre a visita. Ele disse que a China é um dos parceiros comerciais mais importantes do Brasil e que um acordo com a Huawei permite que as partes mais remotas do país sejam conectadas. A declaração ainda diz que Lula quer que a relação do Brasil com a China “transcende o comércio… É junto com a China que temos tentado equilibrar a geopolítica mundial, discutindo as questões mais importantes”.

Em uma declaração conjunta, Xi expressou o apreço de Pequim pelo compromisso de Lula com a paz negociada na Ucrânia e as afirmações do PCC em relação a Taiwan.

Independente de uma ofensiva geral de charme do PCC no mundo, a política da América Latina tem se deslocado para a esquerda à medida que os socialistas vencem eleição após eleição. Colômbia, Argentina e Chile são liderados por governos de esquerda e se recusaram a enviar armas para a Ucrânia. O presidente esquerdista do México, Andrés Manuel Lopez Obrador, também se recusou a apoiar a Ucrânia.

No início deste ano, Honduras rompeu com Taiwan e estabeleceu relações diplomáticas com o regime chinês. E no mês passado, a Nicarágua rompeu relações com o Vaticano e fechou a embaixada da Santa Sé. A maré na América Latina está se voltando contra os Estados Unidos, Taiwan e uma ordem internacional liderada pelo Ocidente. O Brasil, como a maior nação da região, pode ser influente na expansão do alcance do PCCh.

 

Antonio Graceffo, Ph.D., é um analista econômico da China que passou mais de 20 anos na Ásia. Ele é convidado frequente, fornecendo análises da economia e geopolítica chinesas em vários programas da New Tang Dynasty Television, incluindo Talking Points, The Wide Angle, China in Focus e Forbidden News. Ele é o autor de “Beyond the Belt and Road: China’s Global Economic Expansion”.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceitarconsulte Mais informação