Sem cargo, sogro de Juscelino Filho usou sede do ministério das Comunicações para despachar com empresários
Da Redação
Mesmo sem possuir um cargo público e sem ter teoricamente competência para a função, o sogro de Juscelino Filho, ministro das Comunicações de Lula, realizou uma série de despachos no gabinete do genro. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (5), pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo a reportagem, entre fevereiro e março, ocorreram quatro visitas. As reuniões são pouco transparentes. Em 17 de março, por exemplo, quando Filho estava em um compromisso em São Luís, o sogro recebia uma pessoa identificada na portaria do ministério apenas como André Leandro. O homem não disse qual era seu cargo, onde trabalhava nem o assunto sobre o qual trataria. Disse apenas que tinha ido até lá para “falar com Fernando Fialho”.
Questionado sobre a situação, o ministério argumentou que o empresário Fernando Fialho recebeu a permissão para realizar despachos por já ter ajudado o governo com “sua experiência”, apesar de não ter em seu currículo experiências na área de Comunicação.
Fialho é dono de cinco companhias, ligadas a áreas de portos, construção, mineração, criação animal e consultoria. Entre 2006 e 2012, foi diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
A partir de abril de 2012, até 2014, Fialho foi secretário de Estado do Maranhão. Durante sua atuação na gestão estadual, o empresário se tornou alvo de um processo no qual virou réu, acusado de ter desviado dinheiro público. O Ministério Público acusou o sogro de Juscelino de autorizar gastos na Secretaria de Desenvolvimento Social e Agricultura Familiar “sem qualquer critério definido”, o que configura uma irregularidade.