The news is by your side.

Com Lula, “Compadrio Energético” aumenta e penaliza pobres

0
RTV Outdoor 1260px X 120px

(Ricardo Kertzman, publicado no portal O Antagonista em 13 de agosto de 2024)

 

Dentre tantas de nossas riquezas desperdiçadas pela má gestão do setor público está a energia elétrica – produção e distribuição. O Brasil é um dos países onde a geração de energia é melhor e mais barata em todo o planeta, ao mesmo tempo em que a conta ao consumidor final é das mais caras, principalmente se for pessoa física.

Em fontes renováveis de energia, por exemplo, ocupamos a terceira posição global, mas devido a incentivos e subsídios setoriais, que hoje chegam a quase 14% da conta mensal, o custo da fatura é dos mais pesados para o usuário. Nos últimos pouco mais de cinco anos, esse valor mais que dobrou, saltando de cerca de 5%, em 2018, para os atuais 13.5%.

Estes dados são da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e mostram que, apenas em 2023, os consumidores arcaram com mais de 40 bilhões de reais em desonerações diversas, como para energias fósseis (poluentes) e até mesmo atividades não ligadas diretamente à produção e distribuição de energia, como irrigação e aquicultura.

Robin Hood às avessas

A média de subsídios, incentivos e desonerações observada entre 2018 e 2022 foi de 8.8% ao ano. A partir de 2023, já durante o governo Lula, este número aumentou em mais de 51%, chegando, atualmente, a 13.37% ao ano, em média. Somente para energias eólica e solar, os incentivos aumentaram em mais de 170% nos últimos cinco anos.

O exemplo mais claro do desequilíbrio desta política está na chamada Geração Distribuída, que incentiva a instalação de sistemas individuais de mini e microgeração de energia como painéis solares e usinas fotovoltaicas. Entre 2018 e 2023, os subsídios para essa modalidade cresceram espetaculares 11.635%, chegando a mais de 7 bilhões de reais.

Como em qualquer “gaveta” pública, o dinheiro que falta, aqui, terá de ser reposto por alguém, ou seja, quem acaba bancando a economia que pessoas “ricas” obtém com a geração da própria energia – e principalmente com o excedente, que é injetado na rede – são os consumidores mais pobres, que sentem mais o peso da conta de luz.

Concentração e desigualdade

Esse tipo de distorção, obviamente, produz maior concentração de renda e mais desigualdade social. E ainda que a culpa não seja exclusiva do governo federal, já que o Congresso e as agências reguladoras são responsáveis por grande parte do problema, é fato que o governo Lula, conforme demonstrado pelos números, vem aumentando o rasgo no bolso do povo.

O ministro de Minas e Energias, Alexandre Silveira, que acaba de se tornar corresponsável – como o titular da Pasta – pelo prejuízo bilionário da Petrobras, anunciou que pretende intervir nessa farra, pois “não vou ser o pai da conta de luz mais cara do mundo”, declarou, contrariado, nesta terça-feira (13). Resta saber como pretende atuar e mudar a situação.

O governo Lula não é pródigo no combate a esse tipo de desoneração. Ao contrário. Dos mais de 520 bilhões de reais que o país deixará de arrecadar em isenções fiscais este ano, mais de 30% foram criadas nessa gestão. A fala de Silveira não orna, portanto, com a prática de Lula. E o bolso das famílias mais pobres é quem, literalmente, acaba pagando (também) essa conta.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceitarconsulte Mais informação