
Da Redação
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, prometeu ao senador Jayme Campos (União-MT) esforços para manter em operação os voos da Azul Linhas Aéreas que atuam em Mato Grosso. A empresa anunciou o corte das operações a partir de 1º de julho. Uma das cidades mais afetadas será Alta Floresta, no noroeste do estado, que pode perder seu único voo para Cuiabá, a capital mato-grossense.
Durante a audiência, que contou com a presença do prefeito Chico Gamba, da senadora Margareth Buzzetti (PSD-MT) e do secretário de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, Jayme Campos criticou a decisão da Azul, como já havia feito em pronunciamento no Senado. Ele alertou o ministro sobre os impactos negativos que a suspensão dos voos pode causar.
“A suspensão de voos regulares a Cuiabá impactará de forma significativa setores da economia e do cotidiano regional”, explicou o prefeito de Alta Floresta. Ele classificou a medida como “desproporcional diante dos benefícios sociais e econômicos” que a rota proporciona ao município. Gamba destacou que, em 2024, os voos da Azul operaram com ocupação média de 73%.
Jayme Campos ressaltou ao ministro que a região vive um período de expansão agropecuária. Entre as safras de 2017/2018 e 2022/2023, a área plantada nos municípios de Alta Floresta, Apiacás, Carlinda, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde e Paranaíta cresceu 437%. Além disso, a cidade se destaca pela pecuária de corte e pelo ecoturismo. A manutenção da rota aérea também é fundamental para a agenda ambiental do estado e do país.
O secretário César Miranda disse ao ministro que o Governo do Estado está pronto a agir para seguir com o plano de melhoria da logística em Mato Grosso – o que inclui o modal aéreo. Ele citou como exemplo a própria internacionalização do Aeroporto Marechal Rondon e está buscando aéreas para operação de voos para outros países. Ele disse que a decisão da Azul pegou o Executivo de surpresa.
Silvio Costa Filho afirmou que buscará dialogar com a Azul para tentar reverter a decisão. Ele destacou que o Governo Federal está atento ao problema e vem adotando medidas para fortalecer as companhias aéreas. O ministro explicou que a Azul está readequando sua malha aérea devido ao número reduzido de aeronaves em operação. O ministério atuará em conjunto com o Governo do Estado, que já concedeu isenção de ICMS sobre o combustível de aviação.
O Governo Federal também está trabalhando para liberar R$ 4 bilhões do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), com o objetivo de ajudar as empresas aéreas. O plano inclui a aquisição de novas aeronaves e a expansão das rotas, visando ao desenvolvimento do setor.