Abilio nega “nova direita”, critica oportunismo político e diz que STF impõe censura a Bolsonaro

O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), refutou a ideia de “nova direita” no cenário político brasileiro, e classificou como “oportunistas” aqueles que tentam se apropriar do termo para se reposicionar ideologicamente visando, especialmente, a eleição do próximo ano.

Em entrevista nesta quarta-feira (23), ele também criticou as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que restringem a atuação pública do ex-presidente Jair Bolsonaro, como a proibição de conceder entrevistas.

“Primeiro que não existe nova direita. Pode existir pessoas se intitulando assim, mas geralmente é alguém do PSDB disfarçado. O Doria se dizia nova direita e depois quis se opor à direita. O Amoêdo fez o mesmo. Sempre tem alguém tentando se aproveitar, mas, na prática, querem se opor ao conservadorismo”, disparou Abilio.

As declarações do prefeito ocorreram após ele ser questionado sobre a presença em um almoço com lideranças políticas, entre elas o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que vem sendo apontado como possível nome da direita para a sucessão presidencial de 2026.

Abilio, no entanto, minimizou o evento. “Era uma confraternização, um almoço antes do casamento da filha do Cidinho. Não foi reunião política”, explicou.

Ainda sobre o encontro, Abilio afirmou que discussões políticas surgiram de forma espontânea, principalmente sobre preocupações econômicas ligadas à geopolítica internacional. “O Tarcísio falou, outras pessoas falaram, mas ninguém disse que está tudo bem. Era mais um clima de apreensão com os rumos econômicos do país”, relatou.

Críticas ao STF e defesa de Bolsonaro

Questionado sobre a decisão judicial que impede Jair Bolsonaro de conceder entrevistas, o prefeito criticou duramente o que chamou de “estado autoritário” no país. “O Lula deu entrevista quando estava preso. O Marcola (líder de facção criminosa) também. Só o Bolsonaro não pode falar. Isso é censura prévia”, afirmou.

Segundo Abilio, a medida não apenas fere a liberdade de expressão do ex-presidente, mas também prejudica a atuação da imprensa. “Bolsonaro estava na escadaria do Congresso, os jornalistas o abordaram, ele estava livre. Impedir que ele fale é um atentado contra a liberdade de imprensa e contra a democracia”, completou.

O prefeito, que é aliado declarado de Bolsonaro, afirmou que a direita está consolidada e que os eleitores saberão distinguir quem representa de fato os valores conservadores, criticando mais uma vez os que tentam ocupar esse espaço por conveniência política.