
O juiz plantonista Fernando da Fonseca Melo decidiu manter preso Yuri Alexandre Dias da Silva, de 28 anos, acusado de assassinar a facadas Vânia Cristina Benini, de 40 anos, com quem mantinha um relacionamento extraconjugal. A mulher estava grávida de quatro semanas. O crime ocorreu no município de Ribeirãozinho, a 544 km de Cuiabá. A decisão foi proferida na tarde desta sexta-feira (6), durante a audiência de custódia, na qual a prisão em flagrante foi convertida em preventiva.
Vânia foi morta na manhã de quinta-feira (5), e a Polícia Militar foi acionada para atender uma ocorrência de feminicídio. Ao chegarem ao local, os policiais encontraram a vítima já sem vida, com múltiplas perfurações de faca pelo corpo.
Testemunhas relataram aos policiais que Vânia estava no início da gestação e que o crime teria sido motivado pela recusa dela em interromper a gravidez, conforme informações preliminares da investigação. Os policiais chegaram até a casa de Yuri onde encontraram um capacete, uma bermuda e um par de meia, com resquícios de sangue.
Durante as diligências, os policiais encontraram no lixo da residência, uma embalagem plástica de facas, que supostamente já estavam em uso há meses. A equipe não acreditou na versão e acabou se deslocando para uma loja na região central. Lá, apreenderam imagens do rapaz comprando, um dia antes do crime, facas.
Preso, Yuri declarou em depoimento à Polícia Civil que cometeu o crime para defender sua família. “Ela disse que iria ‘f…’ com a minha vida”, relatou, citando que a afirmação havia sido feita a um colega de trabalho. “Isso pra mim, a pessoa chega e diz ‘eu vou f… com você, com sua família’… Não foi por maldade. E qual homem que não cega, pô?”, disse, chorando em outro trecho.
Ele contou ainda que chegou a procurar a mulher para tentar acabar com a “picuinha”, mas sem sucesso. “O que aconteceu foi uma fatalidade, eu me arrependo, mas quem não quer defender a sua família? Minha mulher tá grávida”, concluiu.