TRILHOS DA FICO
Impactos do corredor logístico ferroviário são debatidos; dois governadores irão participar de audiência

Da Redação
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) realiza, na próxima sexta-feira (27), audiência pública para debater a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico). O evento, requerido pelo deputado Dr. Eugênio (PSB), será realizado às 9h, na Igreja Boa Semente, no município de Água Boa (730 km de Cuiabá), e integra o Fórum Corredor Logístico Ferroviário e Oportunidades Regionais, com programação prevista até as 16h.
O principal objetivo do encontro é preparar a população e os empresários da região para os impactos positivos da chegada da ferrovia na economia e na sociedade. Os trilhos da Fico devem chegar a Água Boa até 2028. A ferrovia ligará Mara Rosa (GO) a Água Boa (MT), em um trecho de 363 km, cuja construção está sob responsabilidade da empresa Vale.
Entre as autoridades que participam da discussão estão os governadores Mauro Mendes (MT) e Ronaldo Caiado (GO), o vice-governador do estado, Otaviano Pivetta, e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Além de senadores, deputados federais, deputados estaduais e os 34 prefeitos que compõem a região do Vale do Araguaia.
O deputado aponta para impactos sociais da ferrovia. “Um projeto importante como a Fico traz diversas oportunidades de transformação econômica e social para Água Boa e todo o Araguaia. Falamos da geração de trabalho e renda. Não podemos esquecer que com a ferrovia virão novas tecnologias de negócios, novas empresas fornecedoras do setor de infraestrutura e logística”, explica Dr. Eugênio.
Competitividade ao agro – Um dos benefícios que o modal ferroviário permitirá será a melhoria do escoamento da produção de Mato Grosso para os portos exportadores do Leste (Bahia) e Norte do Brasil (Maranhão), além do ganho de competitividade que deverá ser proporcionado ao agronegócio e produtos derivados do campo.
A competitividade se deve ao fato de a ferrovia ter custo de frete mais barato quando comparado, por exemplo, com o modal rodoviário. A previsão é que o governo federal faça a concessão da malha da ferrovia em 2026.
Com a instalação da Fico em Mato Grosso, será possível a conexão com a Ferrovia Norte-Sul, que atravessa os estados de Goiás, Tocantins e Maranhão, e com a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), cujos ramais passam pelos estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Bahia.
Outro benefício direto quando a obra for concluída é a competitividade da produção agropecuária de Mato Grosso e da região conhecida no jargão agrícola como MATOPIBA, que reúne áreas produtivas de soja, entre outros, dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Corredor logístico – Além da conexão com as ferrovias, o modal ferroviário também contribuirá com o corredor logístico e escoamento da produção agrícola do Vale do Araguaia, que inclui a rodovia federal BR-158 (que corta o Araguaia de Norte a Sul) e a BR-080.
Na semana passada, em reunião com o ministro dos Transportes, Renan Filho, em Brasília, o deputado Dr. Eugênio acompanhou a assinatura da ordem de serviço para conclusão da cabeceira de uma ponte na BR-080, no distrito de Luiz Alves (GO), e pavimentação de 200 km, da divisa de Goiás ao município de Ribeirão Cascalheira (MT), próximo a Água Boa.
Atualmente, há obras de construção e pavimentação de 86 km da BR-158, em andamento no contorno da reserva indígena Xavante Marãiwatsédé, para ligar os municípios de Porto Alegre do Norte e Alto Boa Vista.
Sobre a Fico – As obras da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) são executadas pela Vale como parte da contrapartida da prorrogação antecipada do contrato de concessão da Estrada de Ferro Vitória-Minas Gerais à empresa.
Ela é parte de um eixo logístico nacional Leste-Oeste de 2.700 km. O modal ferroviário liga o leste brasileiro do Oceano Atlântico ao Centro-Oeste e atravessa os estados da Bahia, Goiás e Mato Grosso, desde o Porto Sul em Ilhéus (BA) a Lucas do Rio Verde (MT). Esse eixo compreende a Fico e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol).
A Fico é uma fração desse corredor ferroviário, com extensão total de 888 km, e liga Mara Rosa (GO) a Lucas do Rio Verde. Dos quais, 363 km da cidade goiana até Água Boa, no nordeste de Mato Grosso.