SEM PROVAS MATERIAIS
Justiça solta esposa de PM que confessou execução de personal por falta de indícios
Kamila Araújo

A farmacêutica Aline Valandro Kounz, esposa do policial militar Raylton Mourão — que confessou ter assassinado a personal trainer Rozeli da Costa Nunes, de 36 anos — foi solta após audiência de custódia realizada nesta terça-feira (23). A decisão partiu do juiz Pierro de Faria Mendes, da 1ª Vara Criminal de Várzea Grande, que revogou a prisão temporária da suspeita.
A liberação ocorreu após a própria Polícia Civil, responsável pela investigação, solicitar o relaxamento da prisão ao Judiciário. Segundo o pedido, até o momento não há indícios concretos que apontem para a participação de Aline no crime. O Ministério Público também se manifestou favoravelmente à revogação.
Prisão e investigação
Aline se apresentou à Polícia na manhã desta terça-feira, acompanhada de advogados. Ela estava com a prisão temporária decretada desde o dia 13 de setembro, data em que foi deflagrada a Operação Moeda de Sangue, conduzida pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Na ocasião, tanto ela quanto o marido Raylton não foram localizados.
O delegado Bruno Abreu, responsável pelo caso, informou que Aline passou por interrogatório ainda durante a manhã e, posteriormente, foi levada à audiência de custódia, onde teve a liberdade concedida.
Apesar da liberação, o nome de Aline segue no inquérito e sua conduta continuará sendo apurada pela Polícia Civil.
O crime
Rozeli foi morta a tiros no dia 11 de setembro, por volta das 6h20, quando saía de casa no bairro Cohab Canelas, em Várzea Grande, para trabalhar em uma academia. Câmeras de segurança registraram o momento em que dois homens em uma motocicleta se aproximaram do carro da vítima. O garupa efetuou ao menos seis disparos, todos à queima-roupa.
No momento do crime, Rozeli deixava em casa os dois filhos, de 6 e 12 anos, que dormiam. O marido da vítima, caminhoneiro, estava em viagem para Sorriso.
Raylton Mourão, apontado como autor dos disparos, se entregou no domingo (21) e confessou a execução. Ele segue preso no Batalhão da Rotam, por decisão da Justiça, e deve passar por acompanhamento psiquiátrico conforme determinação judicial.