Facção usava marmitas para entregar drogas e impunha o medo do ‘salve’

Uma facção criminosa que escondia drogas em marmitas e aterrorizava moradores com ameaças de “salve” foi alvo da Operação Iter Fractum, deflagrada nesta quarta-feira (24) pela Polícia Civil em Nova Lacerda, a 546 km de Cuiabá. A quadrilha atuava com tráfico de drogas na modalidade delivery, extorsões e até casos de tortura, gerando um clima de medo generalizado entre comerciantes e moradores da cidade.

De acordo com o delegado Mateus Reiners, da Delegacia de Comodoro, responsável pela investigação, os criminosos utilizavam um serviço falso de entrega de marmitas para disfarçar a distribuição de entorpecentes. “Eles usavam a estrutura de delivery para esconder e transportar drogas, passando despercebidos em meio à rotina do comércio local”, detalhou o delegado.

Durante a operação, foram cumpridas 12 ordens judiciais, entre mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão. Ao menos quatro membros da facção foram identificados, e outros suspeitos seguem sob investigação.

As vítimas, segundo a polícia, eram constantemente ameaçadas e extorquidas, muitas vezes sob mira de armas de fogo. O temor de represálias –  conhecidas no jargão criminoso como “salve” –  fez com que muitas pessoas optassem por denúncias anônimas em vez de registrar boletins de ocorrência formais.

Nas residências dos suspeitos, a polícia apreendeu drogas, armas de fogo e celulares, utilizados para coordenar as entregas e intimidar as vítimas.

A Operação Iter Fractum integra o programa Tolerância Zero, do Governo do Estado de Mato Grosso, que visa erradicar a atuação de facções criminosas em municípios do interior.

“Nosso objetivo é desestruturar completamente essa facção, garantir a segurança da população e impedir novas ações desses criminosos”, afirmou o delegado Reiners.

A operação contou com apoio da Polícia Militar e de equipes das Delegacias Regionais de Pontes e Lacerda e Cáceres.