
Arqueólogos na Síria devastada pela guerra desenterraram um mosaico impressionante da era romana que apresenta eventos da Guerra de Tróia, os músculos esculpidos do semideus romano Hércules e o poderoso antigo deus romano Netuno ao lado de 40 de suas amantes.
A Direção Geral de Antiguidades e Museus, uma agência do governo sírio, descobriu um mural de 120 metros quadrados em Rastan, uma cidade no centro da Síria perto de Homs, um importante campo de batalha durante o conflito sírio, anunciaram os representantes da agência à Associated Press na quarta-feira (12).
A agência descobriu o mural bem preservado – meticulosamente feito nos tempos antigos com pedras coloridas que mediam apenas 1,2 por 1,2 centímetros de diâmetro – em um prédio que foi mantido por rebeldes da guerra civil até 2018, quando as forças do governo sírio tomou a cidade. As antigas ruínas sob o edifício ainda estão sendo escavadas.
“Não podemos identificar o tipo de edifício, se é um balneário público ou qualquer outra coisa, porque ainda não terminamos de escavar”, disse Humam Saad, diretor associado de escavação e pesquisa arqueológica da diretoria, à AP.
O mural é um achado raro “rico em detalhes” e é facilmente o achado arqueológico mais importante do país desde que a guerra civil começou em 2011 durante a Primavera Árabe, acrescentou Saad.
O mural data do século IV dC, depois que o Império Romano do Ocidente se separou do Império Romano do Oriente (também conhecido como Império Bizantino). Empresários do Museu Nabu do Líbano compraram originalmente o prédio e depois o doaram ao Estado sírio.
O mural inclui representações da Guerra de Tróia, uma guerra lendária travada entre gregos e troianos na antiga Tróia (atual Turquia), conforme descrito nos poemas épicos “A Ilíada” e “A Odisséia”, de Homero.
O mural também mostra Hércules (conhecido como Hércules pelos gregos) matando Hipólita, a rainha das guerreiras amazonas, depois que ele foi recuperar seu cinto como o nono de seus 12 trabalhos.
Muitos dos artefatos da Síria foram destruídos e saqueados durante os últimos 11 anos de conflito. Durante sua escavação, o mosaico enfrentou um futuro incerto.
“Infelizmente, houve grupos armados que tentaram vender o mosaico em algum momento de 2017 e o listaram nas plataformas de mídia social”, disse Saad.