Após servidores federais da Receita Federal entregarem os cargos, auditores fiscais do trabalho também abdicaram de posições de chefia e coordenação.
Até o momento, segundo sindicatos da categoria, cerca de 154 dos 290 auditores já acompanham o movimento, que busca protestar contra o aumento salarial exclusivo para policiais federais, anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Além da paralisação, uma greve geral de servidores federais pode ser deflagrada a qualquer momento. Dentro do governo, a avaliação é que muitos setores do serviço público realmente merecem a valorização salarial, mas essa pressão atual vem dos funcionários “mais bem pagos”.
“Não estamos falando de servidores que ganham salários pequenos, são normalmente os mais bem pagos, são auditores. Vamos ter paciência, eles têm grande responsabilidade. Os auditores do trabalho são reconhecidamente uma carreira de Estado e espero que consigamos conduzir as coisas com muito diálogo”, afirmou o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, à Jovem Pan News.
Embora reconheça a importância dos servidores, o chefe do Ministério afirmou que o aumento salarial dos policiais considerou a exposição fruto da atividade, além da questão salarial. “Governar é fazer escolhas e tem que se tomar decisões. A decisão de poder atender os policiais federais estava atrelada fundamentalmente à defasagem que essas categorias tinham também a situação de altíssimo risco e exposição da própria vida na atividade”, ressaltou.
Além dos mais de 950 auditores da Receita Federal e dos 154 do trabalho, servidores do Banco Central também se mobilizam na entrega dos cargos, com paralisação confirmada para o dia 18. Todos contrários ao exclusivo dos policiais federais. A visão é que, com a decisão, o governo privilegiou parte dos trabalhadores, em detrimento de outros.