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Credit Suisse é acusado de lavar dinheiro para traficantes de cocaína

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Reuters

O Credit Suisse enfrentará acusações em um tribunal suíço nesta segunda-feira (7) por permitir que traficantes de cocaína da Bulgária lavassem milhões de euros na instituição, alguns deles enfiados em malas.

Promotores suíços dizem que o segundo maior banco do país e um de seus ex-gerentes de relacionamento, não tomaram todas as medidas necessárias para impedir que os supostos traficantes de drogas escondessem e lavassem dinheiro entre 2004 e 2008.

“O Credit Suisse rejeita todas as alegações levantadas contra ele e está convencido de que seu ex-funcionário é inocente”, disse o banco em comunicado à Reuters.

No primeiro julgamento criminal de um grande banco na Suíça, os promotores estão buscando cerca de 42,4 milhões de francos suíços em compensação do Credit Suisse, que acrescentou que “se defenderá vigorosamente no tribunal”.

O caso atraiu intenso interesse na Suíça, onde é visto como um teste para uma postura potencialmente mais dura dos promotores contra os bancos do país.

A acusação tem mais de 500 páginas e se concentra nas relações que o Credit Suisse e seu ex-funcionário tiveram com o ex-lutador búlgaro Evelin Banev e vários associados, dois dos quais são acusados ​​no caso. Uma segunda acusação no caso afirma que um ex-gerente de relacionamento da Julius Baer facilitou a lavagem de dinheiro.

Um representante legal do ex-funcionário do Credit Suisse, que não pode ser identificado de acordo com as leis de privacidade suíças, disse que o caso era injustificado e seu cliente negou irregularidades.

Um advogado dos dois supostos membros da gangue, que enfrentam acusações de apropriação indébita, fraude e falsificação de documentos no tribunal federal suíço, mas não podem ser identificados de acordo com as leis de privacidade suíças, não quis comentar. Um advogado do ex-gerente de relacionamento da Julius Baer não respondeu aos pedidos de comentários.

Banev, que não enfrenta acusações na Suíça, foi condenado por tráfico de drogas na Itália em 2017 e depois na Bulgária, em 2018, por fazer parte de uma organização criminosa ativa no tráfico de toneladas de cocaína.

Ele desapareceu, mas foi preso em setembro na Ucrânia, de onde promotores búlgaros estão buscando sua extradição para enfrentar acusações de tráfico de drogas. Ele está na lista de pessoas procuradas da Interpol.

Banev e seus representantes legais não foram encontrados para comentar. Uma advogada que representou Banev em seu julgamento na Bulgária disse que ela não o representava mais.

DINHEIRO EM ESPÉCIE

O ex-funcionário do Credit Suisse trouxe consigo pelo menos um cliente búlgaro, que era associado de Banev, quando ingressou no Credit Suisse em 2004, alegam os promotores na acusação.

O cliente, que mais tarde foi morto a tiros ao deixar um restaurante com sua esposa em Sofia, Bulgária, em 2005, começou a colocar malas cheias de dinheiro em um cofre no Credit Suisse, diz a acusação.

Os promotores alegam que a quadrilha usou o chamado smurfing, onde uma grande quantia de dinheiro é dividida em quantias menores, que estão abaixo do limite de alerta contra lavagem de dinheiro. Dessa forma, colocaram milhões de euros em notas de pequeno valor em cofres e depois transferiram para contas.

Os promotores alegam que o ex-gerente de relacionamento, que deixou o Credit Suisse em 2010 depois de ser detido por duas semanas pela polícia em 2009, ajudou a esconder as origens criminosas do dinheiro para os clientes, realizando transações no valor de 146 milhões de francos suíços. Desse montante, 43 milhões foram movimentados com dinheiro em espécie.

O Credit Suisse contesta a origem ilegal do dinheiro, dizendo que Banev e seu grupo operavam negócios legítimos em construção, locação e hotéis.

Em junho de 2007, os promotores pediram ao Credit Suisse informações sobre contas mantidas por Banev e seus associados em resposta a um pedido da Bulgária.

Ao perceber uma série de saques, o departamento de compliance do banco pediu aos promotores que congelassem as contas, mas foram instruídos a não fazê-lo para não alertar os clientes.

Quando os promotores deram o sinal verde ao Credit Suisse, grande parte do dinheiro havia sido sacado.

A promotoria se recusou a comentar o caso na sexta-feira (4), dizendo que agora o assunto estava nas mãos do tribunal.

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