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Ditadura socialista: China manda cães robôs vigiarem cidadãos

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O cenário descrito a seguir é semelhante ao apresentado no episódio Metalhead, da série Black Mirror, transmitida pela Netflix. Na China, contudo, a realidade transcende o futuro distópico tratado no curta-metragem.

Em Xangai, cidade localizada a cerca de mil quilômetros de Pequim, robôs com formato de cachorro circulam pelas ruas com um megafone amarrado às costas. Eles medem entre 28 e 35 centímetros de altura, como um cão da raça Bull Terrier, e são capazes de “latir” ordens para os cidadãos: fiquem dentro de casa, lavem as mãos, verifiquem sua temperatura.

À noite, período em que as autoridades locais ordenaram a realização de testes de covid-19 nos residentes, o cão robô marcha pelos corredores dos apartamentos da cidade, desperta os moradores e os convoca para colocarem o cotonete na garganta. Não há possibilidade de escolha.

A cidade, com população de 25 milhões de habitantes, enfrenta o maior surto de covid-19 desde o início da pandemia. Para lidar com o problema, o Partido Comunista da China (PCC) impôs medidas restritivas aos cidadãos.

Mas há ainda mais contratempos. A escassez de produtos básicos em supermercados, por exemplo, preocupa a China. Em razão das políticas de isolamento, as cadeias de produção foram parcialmente interrompidas. A consequência: os cidadãos não sabem se encontrarão papel higiênico, alimentos enlatados, macarrão instantâneo e arroz nos estabelecimentos.

Wang Yushuo, um jovem funcionário da empresa chinesa de drones DJI, controla um cão robô remotamente. Ele explica que os cachorros fazem três ou quatro patrulhas por dia, dependendo da duração da bateria. “São muito eficientes”, explica, em entrevista ao jornal Financial Times. “O vírus está por toda parte lá fora. Estamos tentando evitar qualquer contato próximo.”

Xangai está entre as cidades mais vigiadas do mundo, com câmeras apontadas até mesmo para as ruas vazias. Há drones e robôs oferecendo às autoridades locais uma visão mais próxima da casa dos cidadãos. Para ampliar a capacidade de vigilância, o PCC intensificou os investimentos no setor de tecnologia.

Repressão 

A megacidade chinesa está sentindo os efeitos da covid-19 e as consequências do autoritarismo estatal. Nos últimos dias, imagens compartilhadas nas redes sociais mostram policiais reprimindo moradores de Xangai. Isso porque os residentes estão sendo obrigados a entregar suas casas para o Partido Comunista, que pretende instalar centros de quarentena na metrópole.

Os vídeos mostram os civis do lado de fora de um complexo, pedindo que os funcionários da ditadura comunista não ajam com violência. Contudo, não parecem ser ouvidos. Nas imagens, os policiais aparecem agredindo fisicamente os moradores de complexos residenciais. Gritos e choros são ouvidos.

O consumo desaba

Xangai ostentava um dos serviços de entrega mais eficientes do mundo. Com um smartphone em mãos, os consumidores encontravam nos aplicativos os alimentos e os mantimentos que desejavam. Os produtos eram entregues rapidamente, em até 30 minutos.

Desde a imposição das políticas de isolamento, no entanto, a facilidade foi substituída pelo pânico. Essa rede de aplicativos, construída com tecnologia sofisticada e sustentada por milhares de entregadores, entrou em colapso depois das medidas restritivas impostas pelo Partido Comunista.

Em resposta, os moradores de complexos residenciais organizaram-se para comprar mantimentos em grupo. Alguns recorreram à troca de frutas por vegetais e rolos de papel higiênico por caixas de leite.

Apesar de a paralisação do sistema ter trazido à tona o espírito colaborativo dos residentes de Xangai, isso também destaca como os serviços digitais ocupam um papel fundamental na infraestrutura social chinesa. Quando a ditadura comunista decide interromper o funcionamento dessa ampla rede de serviços, a população fica praticamente sem alternativas.

 

Fonte: Revista Oeste

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