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‘Paixão Ilimited’; romance entre doleira e lobista fomentou o tráfico

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Da redação

Relatórios da Polícia Federal, com base na quebra de sigilos telefônicos do primeiro escalão da organização criminosa desarticulada nesta terça-feira (19), apontam que o lobista Rowles Magalhães mantinha um relacionamento amoroso com a doleira e condenada na Operação Lava Jato Nelma Kodama. No celular do lobista, o nome de Nelma estava salvo como ‘Paixão Ilimited’ da tradução, ilimitada. Os dois, que são do primeiro escalão do grupo, trocavam mensagens sobre a prática do tráfico.

Uma viagem entre os dois já tinha sido alvo de investigação do Ministério Público Federal  (MPF) em 2019. Na época, o lobista negou qualquer relacionamento amoroso com a ‘amiga’ condenada a 18 anos de prisão. Segundo a Polícia Federal (PF), uma conversa entre os dois traz com ‘riqueza de detalhes’ a participação deles em uma operação de remessa de drogas entre 4 de junho de 2020 a 13 de junho de 2020.

“[…] No entanto, no dia 04/06/2021, começa uma conversa suspeita entre KODAMA e ROWLES: Analisando as conversas, conclui-se que eles tratam da negociação de remessa de drogas para a Europa. ROWLES, após anunciar que está chegando com uma pessoa, pede para KODAMA não mudar o valor com T (possível remetente do entorpecente). Na sequência, eles fazem os cálculos do valor que devem (possivelmente de alguma droga que foi apreendida) e do valor que ganharão por cada kg transportado, ou seja, R$ 6.000,00, totalizando R$ 2.400.00,00 (dois milhões e quatrocentos mil) se remeterem 400 kg de cocaína. KODAMA fala que vai pedir R$ 3.000.000,00 (três milhões) e ROWLES alerta que esse valor é pouco, já que o custo de um voo fretado para a Europa é em torno de R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos) e devem R$ 2.000.000,00 (dois milhões)”, diz trecho da conversa.

Já no dia 6, Rowles avisa Kodama que o tráfico está indo bem. Também falam sobre a distribuição da droga e as técnicas utilizadas pela organização criminosa. “Quando um grupo, responsável pelo transporte da droga, recebe o entorpecente, um dos seus membros ficam custodiados (presos em cárcere privado) em determinado local até a entrega da droga no local indicado pela organização”, revela  a PF.

Sendo assim, no dia 7, Kodama chega na casa em que vai ficar aprisionada e manda fotos do local para Rowles, dizendo que é um local ruim e simples. Já o lobista afirma que não conseguiu dormir e ela o manda tomar um remédio, que está em uma gaveta. Pela indicação, a polícia pode afirmar que ele está na casa da doleira. “No dia 12/06, Rowles apaga muitas mensagens que enviou a Kodama, possivelmente porque falou muito sobre o crime de tráfico de drogas”.

Segundo a PF, as mensagens são uma pequena amostra da participação de Kodama no tráfico internacional. Ela é apontada como importante membro da organização e está envolvida em outras remessas de droga para o exterior, em datas anteriores ao flagrante da aeronave em Salvador.

Investigação

A operação tem como base a apreensão de 595 kg de cocaína apreendidas dentro da fuselagem de uma aeronave em fevereiro de 2021, dentro do Aeroporto Internacional de Salvador. O jato Dassault Falcon 900, de uma empresa portuguesa de táxi aéreo, parou para abastecer e durante a inspeção, agentes encontraram a droga.

A partir das investigações, a polícia conseguiu identificar toda a estrutura criminosa atuante nos dois países, compostas por fornecedores de cocaína, mecânicos e auxiliares –responsáveis pela abertura da fuselagem do avião para esconder a droga -, transportadores – que eram responsáveis pelos voos – além dos doleiros – responsáveis pela movimentação financeira do grupo.

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