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Famílias que fazem parte do programa “Solidariedade em Ação” relatam a importância do beneficio

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Da redação

“Nunca mais vou ver a mamãe e como eu faço agora?” Essa pergunta  é feita quase diariamente por uma garotinha de 5 anos à sua tia e evidencia o drama das famílias devastadas pela violência doméstica em Cuiabá. Vítima do ex-marido, com quem teve uma filha, F., 34 anos, foi encontrada morta, em sua residência no bairro 1º de Março em outubro de 2021. Quando a filha mais velha de M., de 39 anos, foi procurar pela mãe na casa do pai, a encontrou morta e o pai havia cometido suicídio. Três crianças ficaram órfãs. Estas são duas situações de famílias que receberam na tarde de quinta-feira (5), a primeira parcela do benefício que oferece meio salário mínimo para os filhos do feminicídio. O programa inédito no país foi implantado pela gestão Emanuel Pinheiro.

F- é irmã de uma das vítimas que foi morta pelo ex-companheiro. Para ela o benefício veio na hora certa, já que ficou com as 3 crianças da irmã, mesmo já tendo 4 filhos. Ela ressalta que a vontade seria não precisar desta ajuda, já que gostaria de ter a irmã viva, mas neste momento de dor e sendo a única provedora da casa, a ajuda financeira é importante.

“As meninas da Secretaria da Mulher me procuraram e informaram que eu me encaixava no programa “Solidariedade em Ação” e iria receber meio salário mínimo. Eu agradeço a Prefeitura por olhar para essas crianças, já que é difícil ter que explicar que o pai delas matou a mãe e que ela não vai voltar. Ontem mesmo o filho dela de 12 anos, chorou muito com saudade da mãe e eu não posso fazer nada além de dar o meu amor para elas”, afirma.

Bastante emocionada M., mãe da vítima, estava acompanhada das netas de 17 e 14 anos, filhas de M., que também teve sua vida ceifada pelo ex-marido com quem conviveu por 30 anos. Para avó é insuportável conviver com essa dor de ter enterrado a filha de 39 anos, mas o coração dói ainda mais quando pensa no sofrimento das netas que perderam não apenas a mãe e o pai também que cometeu suicídio depois do crime.

“É difícil conviver com essa dor, hoje estou viva por ter que terminar de criar as meninas. Só Deus mesmo para nos dar forças. Neste momento de tamanha tristeza, quero agradecer a todos os envolvidos neste programa, a primeira-dama, que nos olhou com carinho e nos abençoou com essa ajuda de custo”, ressalta.

Outras crianças que não terão a presença das mães neste emblemático “Dia das Mães”, são os três netos de M., que não lidam bem com a perda prematura da genitora. Dona M. explica a dificuldade em criar as três crianças, uma vez que o mais velho sente uma revolta grande com a situação, e além disso é preciso adaptar-se financeiramente para que consiga sustentar os netos órfãos.

“A gente nunca imagina que essa realidade vai acontecer dentro da nossa família. Tenho orado e  peço a Deus para abençoar todos os envolvidos neste programa que irá ajudar muito nossa família. Não queríamos estar presentes hoje nesta situação, mas temos que aceitar a vontade de Deus”, finaliza.

Programa Solidariedade em Ação

No total, oito crianças estão aptas ao recebimento do benefício, atendendo os requisitos exigidos pela lei que institui o programa. Entre principais pontos para concessão do benefício estão a presença no Cadastro Único; comprovação de matrícula escolar; renda familiar de até R$ 3,5 mil.

O programa Solidariedade em Ação vai atender até 20 crianças em 2022, e foi idealizado pelo Núcleo de Apoio à primeira-dama para suprir a necessidade de políticas públicas no Brasil para crianças órfãs de mães vítimas do feminicídio.

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