Da redação
Imagens mostram o momento em que o policial civil Renato Couto é imobilizado e colocado em uma van por militares da Marinha em um ponto próximo à Praça da Bandeira, na Região Central do Rio de Janeiro. O vídeo teria sido gravado na sexta-feira (13), na última ocasião em que o perito papiloscopista foi visto com vida.
Na manhã desta segunda, o corpo de Renato foi encontrado em uma das margens do Rio Guandu, na altura de Japeri, na Baixada Fluminense. O primeiro-sargento Bruno Santos de Lima — preso com o pai, o empresário Lourival Ferreira de Lima — e os também militares do 1º Distrito Naval Manoel Vitor Silva Soares e Daris Fidelis Motta estão presos pelo homicídio triplamente qualificado do agente, bem como por ocultação de cadáver.
Na gravação, registrada à distância e com resolução baixa, pelo menos três homens aparecem imobilizando uma quarta pessoa que, em dado momento, parece estar sendo agredida. Em outro trecho, a vítima recebe uma espécie de chave de braço, o que condiz com o conteúdo dos depoimentos prestado à Polícia Civil. Mais à frente, o vídeo, de pouco menos de dois minutos, mostra todo o grupo entrando no carro e deixando o local rapidamente.
A van utilizada no crime pertence à Marinha. Inicialmente, não se sabia se Renato estava vivo quando foi colocado no veículo, nem mesmo se já havia morrido devido aos ferimentos à bala no momento em que foi deixado no Rio Guandu. Profissionais do Instituto Médico-Legal (IML), contudo, concluíram que ele ainda não estava em óbito ao ser jogado nas águas.
A desavença que resultou no assassinato do policial civil começou por conta dos constantes furtos de materiais metálicos na região. Renato, que estava fazendo uma obra em casa e sofria com os prejuízos frequentes, fez vários registros de ocorrência contra Lourival, proprietário de um ferro-velho acusado pelo agente de protagonizar a receptação ilegal de itens frutos de crime.
Crime
Quatro homens foram presos, entre eles dois sargentos e um cabo da Marinha, por suspeita de envolvimento no assassinato do perito papiloscopista da Polícia Civil Renato Couto de Mendonça, no Rio de Janeiro. O crime teria ocorrido após uma desavença entre a vítima e o dono de um ferro-velho, localizado na Praça da Bandeira, na zona norte da cidade, na última sexta-feira, 13.
As investigações apontam que Renato Couto de Mendonça, que trabalhava no Instituto de Identificação Félix Pacheco (IIFP), foi sequestrado pelo filho do proprietário do ferro-velho ao lado de colegas, todos militares da Marinha.
De acordo com a Polícia Civil, uma viatura da Marinha foi usada no crime.
Segundo a principal linha de investigação da polícia, Renato foi morto e teve o corpo jogado no rio Guandu, no município de Japeri, na Baixada Fluminense. A polícia informou que os presos serão autuados por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
A equipe da 18ª Delegacia de Polícia, da Praça da Bandeira, recebeu a informação sobre o crime, e os agentes conseguiram identificar e prender, neste domingo, 15, os homens apontados como autores do assassinato. Os policiais ainda fazem buscas para localizar o corpo do perito.
A ação para prender os apontados pelo assassinato contou com agentes da 18ª DP, da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e do IIFP.
Fonte: Terra