A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (3), um requerimento para discutir a suposta ligação entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência da República, e o Primeiro Comando da Capital (PCC). As informações sobre o suposto envolvimento foram divulgadas pelo empresário e publicitário Marcos Valério, operador do Mensalão, durante um depoimento à Polícia Federal (PF).
O pedido para o requerimento partiu do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Conforme ele, o objetivo é discutir o “envolvimento do crime organizado transnacional na política brasileira e os seus impactos à soberania nacional e à integridade territorial do país”. A data para a audição ainda não foi divulgada.
No texto, o deputado cita a declaração do publicitário sobre um suposto vínculo entre a facção criminosa e o PT. “As revelações de Marcos Valério encontram, ainda, vários agravantes que não podem ser ignorados nem mesmo minimizados”, informa o requerimento. Condenado a 37 anos de cadeia por participar do Mensalão, Valério disse à PF que o PT e a maior facção criminosa das Américas mantinham relações estreitas.
Em delação premiada à PF, o publicitário revelou que Ronan Maria Pinto, empresário do ramo dos transportes, chantageava o então presidente Lula para não revelar o segredo que comprometeria o partido: a existência de um esquema de arrecadação ilegal de recursos para financiar os petistas. Valério disse que soube da suposta chantagem contra Lula depois de conversar com Sílvio Pereira, então secretário-geral do PT.
“Não tenho dúvidas de que o senhor Marcos Valério vai contribuir muito com o seu conhecimento e os seus arquivos, para os esclarecimentos que se fazem necessários”, afirmou Eduardo. “O que temos aqui é a materialização da penetração do crime organizado, que pretende chegar ao poder no Estado brasileiro.”
Com Revista Oeste