Da Redação
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Polícia Federal a tomar o depoimento do senador Marcos do Val (Podemos-ES), após ele afirmar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria o coagido para dar um golpe de Estado.
“Conforme amplamente noticiado, o senador divulgou em suas redes sociais ter recebido proposta com objetivo de ruptura do Estado Democrático de Direito, circunstância que deve ser esclarecida no contexto mais amplo desta investigação, notadamente no que diz respeito a eventual intenção golpista, o que pode caracterizar os crimes previstos nos arts. 359-M (golpe de Estado) e 359-L (abolição violenta do Estado Democrático de Direito) do Código Penal”, disse Moraes.
O ministro acatou um pedido feito pelo delegado Raphael Astini. O delegado atua no inquérito que investiga o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública distrital, Anderson Torres, nos atos de vandalismo de 8 de janeiro.
Em uma live e em entrevistas, Do Val afirmou que participou de uma reunião com Jair Bolsonaro e o deputado federal Daniel Silveira e que o então presidente pediu que ele gravasse conversas de Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (STF), com o objetivo de flagrá-lo em alguma declaração.
Depois da repercussão, o senador deu uma entrevista à imprensa nesta quinta-feira (2), e apresentou uma nova versão, afirmando que não foi coagido por Bolsonaro, que ele teria ficado calado durante a reunião com Daniel Silveira.
De acordo com o senador, Silveira o levou à reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para tratar sobre um golpe de Estado, mas ele recusou e avisou Alexandre de Moraes sobre o plano.