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Pesquisadores exploram dutos subaquáticos no aquífero da região de Nobres

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Da Redação

 

A descoberta da rede de dutos subterrâneos na região do distrito de Coqueiral, no município de Nobres (MT), revela a existência de grandes volumes de água subterrânea. Uma equipe de profissionais, entre eles geólogos, arqueólogos e pesquisadores de diversas áreas liderados por Sergio Rhein Schirato, representante da Global Underwater Explorers (GUE) no Brasil, explorou as profundezas da Dolina do Pai João. O trabalho dos exploradores teve autorização do ICMBIO CECAV e é parte de um projeto do IGc-USP, coordenado pelo professor Dr. Francisco William da Cruz, especialista em estudos do clima do passado a partir de espeleotemas.

Segundo Schirato, as informações obtidas na exploração contribuirão para o mapeamento da circulação das águas subterrâneas na região. Os equipamentos eletrônicos utilizados pela equipe permitem fazer um levantamento da topografia subaquática para gerar um mapa tridimensional das cavernas, resultando em informações precisas.

“A água é o recurso mais importante que existe para a manutenção da vida. Por isso deve ser preservada. Precisamos entender como esses sistemas subaquáticos estão conectados, como abastecem nascentes e outras dolinas porque, uma vez que alguma área é impactada, os efeitos serão sentidos em outras regiões também, já que tudo está interligado”, frisou.

O americano Jarrod Jablonski, mergulhador técnico pioneiro em mergulho em cavernas, integrou a equipe. Presidente e fundador da Global Underwater Explorers (GUE), entidade sem fins lucrativos dedicada à exploração e documentação de recursos aquáticos para proteção ambiental e educacional em todas as partes do mundo, Jablonski se disse surpreso com o que encontrou durante os mergulhos na Dolina do Pai João.

“Foi fascinante descobrir essas passagens onde ninguém esteve antes, mas isso traz consigo a responsabilidade de compilar dados e informações, necessários e fundamentais para a proteção desse ambiente tão frágil”, disse. “As cavernas que vimos em Nobres têm câmaras grandiosas e muita beleza. O tamanho das passagens e a quantidade de água que flui nelas é muito grande, por isso a importância desse estudo para compreender e, posteriormente, preservar”, acrescentou.

Para o pesquisador do Núcleo de Geociências do IPA-SP, José Antonio Ferrari, que também integrou a equipe, as descobertas iniciais são muito interessantes. Segundo ele, estes estudos são fundamentais para o planejamento ambiental, uma vez que o aquífero cárstico (formado em rochas carbonáticas como as encontradas na região de Nobres) é muito sensível à contaminação.

“Um poluente que entra no sistema pode transitar por longas distâncias em muito pouco tempo”, explicou Ferrari. “Por isso o planejamento hidrológico de uma região como essa é importante para a preservação ambiental”, concluiu.

Dolinas são depressões no solo formadas pela dissolução química de rochas calcárias abaixo da superfície. Geralmente possuem formato circular, são largas e profundas. Podem ser secas e cheias de sedimentos ou inundadas com água cristalina como a Dolina do Pai João.

Já os aquíferos são um conjunto de formações geológicas que podem armazenar água subterrânea em grande quantidade. São reservatórios que abastecem rios e poços artesianos, utilizados pelo ser humano como fonte de água para consumo.

O Brasil possui vários aquíferos, mas os dois principais são: o Guarani que está situado na região centro-leste da América do Sul, abrangendo os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além dos Paraguai, Uruguai e Argentina. O aquífero Alter do Chão está localizado na região que compreende o Amazonas, Pará e Amapá.

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