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Com rombo de R$ 400 milhões, Unimed Cuiabá aprova balanço durante assembleia

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Da Redação

 

Com voto favorável de 573 dos 574 cooperados participantes, foram aprovados o Balanço Contábil 2022 revisado por auditoria independente contratada e um Plano de Ação apresentados pela atual diretoria da Unimed Cuiabá. A deliberação foi realizada durante a assembleia geral extraordinária (AGE) na noite desta terça-feira (27), no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.

A assembleia foi convocada para apresentar o resultado da auditoria contratada, PP&C Auditores Independentes, que mostrou diferença entre os números do balanço contábil da cooperativa relativo ao exercício encerrado no dia 31 de dezembro de 2022 apresentado pela ex-diretoria. No balanço constava um saldo positivo de R$ 371,8 mil, enquanto que a PP&C apontou R$ 400 milhões em prejuízo contábil.

Apenas uma cooperada votou contrário ao balanço reajustado, enquanto o plano de ação foi aprovado por unanimidade. De acordo com o diretor-presidente da Unimed Cuiabá, Carlos Bouret, a aprovação em massa externa o sentimento do cooperado de “confiança” na atual gestão e a “compreensão” de que medidas austeras e enérgicas estão sendo tomadas.

“Desde que assumimos a Unimed Cuiabá, em março deste ano, estamos tomando várias atitudes com vistas a desonerar nossas operações e retomar a saúde financeira da cooperativa. Isso para minimizar o prejuízo do cooperado e blindar totalmente o usuário do plano de saúde Unimed, que não será afetado em nada diante dessas situações”, ressalta Bouret.

Conforme explica o advogado Jorge Jaudy, da assessoria jurídica da Unimed Cuiabá, as aprovações foram primordiais para o andamento das medidas emergenciais bem como para que a cooperativa restabeleça sua regularidade fiscal, financeira e contábil, uma vez que o Balanço Contábil 2022 havia sido rejeitado na assembleia geral ordinária (AGO), realizada em março deste ano.

“O segundo item do edital consistia na apresentação e aprovação do plano de ação, com mecanismos de restabelecimento de regularidade contábil em relação aos déficits apresentados no novo balanço e que constam no Plano de Ação. Inclusive, essa era uma exigência Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ao longo das fiscalizações e acompanhamentos financeiros feitos desde 2018 e que, até então, não haviam sido comunicados aos cooperados de forma ampla, nem tampouco regularizados”, destacou Jaudy.

O Plano de Ação apresentado pelo consultor executivo da Unimed Cuiabá, Paulo Brustolin, contém 12 ações – que compõem o novo balanço – e que visam sanar as irregularidades nas contas da cooperativa. “Esse plano detalha onde estamos, para onde vamos e se a nossa cooperativa tem viabilidade para vencer os desafios. Com a aprovação do balanço e do plano, mostramos seriedade principalmente junto à ANS”.

Brustolin acrescenta que entre medidas preparadas pela equipe técnica estão o rateio de perdas, renegociação de contratos e de dívidas com bancos, revisão de carteira de clientes, combate ao desperdício, revisão de tecnologias e transparência. Também adiantou que o Plano de Ação será apresentado à diretoria ANS, em Brasília, em uma reunião agendada para início de julho.

Paralelamente à auditoria contábil apresentada nessa terça-feira (27), os auditores independentes contratados estão realizando uma auditoria de conformidade que também será apresentada em AGE, no próximo mês.

O resultado do relatório de conformidade, que identificará as ações concretas para o prejuízo de R$ 400 milhões e seus os responsáveis, poderá ser encaminhado aos órgãos fiscalizadores, como Ministério Público, para responsabilização civil e criminal.

O diretor-presidente da Unimed Cuiabá, Carlos Bouret, destacou durante a AGE que todo trabalho vem sendo realizado por uma equipe de profissionais qualificados, que possuem experiência comprovada e comprometimento com a empresa. A atual diretoria executiva é composta por cinco ex-conselheiros fiscais que apontaram as graves inconsistências financeiras, já em 2021 e 2022; e o Conselho de Administração é composto por 9 cooperados igualmente atuantes.

“Não somos uma gestão inexperiente, irresponsável e muito menos política. Na verdade, por entender a seriedade da situação, decidimos nos colocar à disposição para contribuir com a cooperativa na busca por soluções, o que vai nos exigir austeridade e muito trabalho. Além disso, precisamos assegurar que erros do passado não sejam repetidos por nossa ausência ou conivência”, finalizou Bouret.

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