DESFECHO DO CRIME
Mais dois militares são indiciados por envolvimento no assassinato de Renato Nery

Mais dois policiais militares foram indiciados por envolvimento no assassinato do advogado Renato Gomes Nery, de 72 anos, executado em 5 de julho de 2024, na porta do próprio escritório, em Cuiabá. Ícaro Nathan Santos Ferreira e Jackson Pereira Barbosa são apontados como intermediários no crime e um deles também teria facilitado o acesso à arma utilizada no homicídio.
Os dois estão presos de forma preventiva desde o dia 17 de abril, em uma das fases da Operação Office Crime
O indiciamento é resultado de um inquérito complementar conduzido pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que apura o caso desde a data do crime.
De acordo com as investigações, os dois policiais atuaram para viabilizar o assassinato mediante promessa de recompensa, além de terem contribuído para o planejamento e execução de maneira que impossibilitou a defesa da vítima.
As qualificadoras aplicadas ao indiciamento incluem promessa de pagamento, uso de meio que gerou perigo comum e recurso que dificultou qualquer reação por parte do advogado.
Outros envolvidos
Em maio deste ano, o policial militar Heron Teixeira Pena Vieira e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva, ambos apontados como executores diretos do homicídio, já haviam sido indiciados pelo assassinato do advogado. Segundo a investigação, o policial foi o responsável por conseguir a arma e repassá-la ao caseiro, que pilotou uma motocicleta Honda Fan até o escritório da vítima e realizou os disparos.
O crime teria sido encomendado por um casal de Primavera do Leste, motivado por disputa de terras. Ambos estão presos temporariamente e seguem sob investigação.
Tentativa de encobrir o crime
Paralelamente, outros quatro policiais militares também foram indiciados em um inquérito separado que investigou uma falsa ocorrência registrada sete dias após o assassinato. Trata-se de Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira, Leandro Cardoso e Jorge Rodrigo Martins.
Na ocasião, a PM alegou um suposto confronto com criminosos, mas perícias e provas coletadas pela DHPP comprovaram que as armas apresentadas foram plantadas na cena para tentar mascarar o crime anterior.
Embora esses quatro militares não tenham sido diretamente envolvidos na execução do advogado, a Polícia Civil afirma que o grupo agiu para tentar encobrir o assassinato, descartando a arma utilizada no homicídio de Renato Nery e forjando a cena do suposto confronto.
O crime
Renato Nery, conhecido advogado de 72 anos, foi morto a tiros na porta do seu escritório localizado na avenida Fernando Correa, na capital. Ele chegou a ser socorrido e passou por cirurgia em um hospital particular, mas não resistiu aos ferimentos e morreu horas depois.
Desde então, a DHPP realiza diligências, perícias e interrogatórios, que apontaram o envolvimento de policiais militares em diferentes fases do crime, desde o planejamento até as tentativas de ocultação das provas.