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Idosa é resgatada após 72 anos em situação análoga à escravidão, maior tempo já registrado no Brasil

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Da Redação

Uma idosa foi resgatada após ter passado 72 anos trabalhando em condições análogas à escravidão em uma casa na zona norte do Rio. O caso é o de maior duração já registrado por uma inspeção do Ministério do Trabalho.

A vítima, de 85 anos, foi encontrada no dia 15 de março deste ano, mas a história não havia sido divulgada. O resgate foi feito por auditores da Superintendência Regional do Trabalho do Rio, que ouviram depoimentos da idosa, de parentes e dos empregadores.

Segundo o relato, a vítima saiu do interior aos 12 anos para trabalhar como doméstica na casa da família, na capital fluminense. Apesar da idade avançada, ela ainda exercia as atividades de cuidado com a casa e também era responsável pela patroa, de idade semelhante.

“Os pais da trabalhadora laboravam em uma fazenda da mesma família, que levou a criança, em caso de trabalho infantil, para a capital, prometendo oferecer estudo, mas na realidade com o objetivo de fazer os serviços da casa”, afirmou o auditor fiscal do Trabalho Alexandre Lyra.

Os inspetores verificaram que nenhum pagamento de salário foi feito à doméstica em todos os anos de trabalho, assim como não foram oferecidas férias ou folgas. A jornada de trabalho, segundo a investigação, era realizada de segunda a segunda.

Os empregadores disseram aos fiscais que a idosa era equiparada a alguém da família, mas os inspetores constataram que ela dormia em um sofá em um espaço improvisado como dormitório, anexo ao quarto da patroa. Além disso, ela não possuía telefone próprio.

“Os parentes relataram que tentaram contato por mais de 150 vezes desde dezembro de 2021 e que somente uma vez conseguiram”, disse Lyra.

A auditoria também revelou que a família empregadora geria a aposentadoria da idosa, mantendo a posse do cartão e da senha do benefício.

Após o resgate, os fiscais notificaram os empregadores de necessidade de afastamento da doméstica, de assinatura da carteira de trabalho e do pagamento de rescisão de cerca de R$ 110 mil, equivalentes aos últimos cinco anos de atividades.

Foi também emitida uma guia de seguro-desemprego para trabalhador resgatado, que garante o recebimento de três parcelas de um salário mínimo cada uma.

A Secretaria Municipal de Assistência Social informou que a vítima é atendida por assistentes sociais da central de recepção de idosos. De acordo com a pasta, ela ainda tem dificuldade em entender o que realmente lhe aconteceu.

Cristiane Lessa, diretora da central, afirmou que a idosa foi encaminhada para uma Clínica da Família, onde atualizou a caderneta de vacinação e passou por consulta médica, a fim de que fossem avaliados seu quadro emocional e seu problema oftalmológico, e está sob tratamento.

 

Fonte: R7

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