Da Redação
O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu à Polícia Federal para abrir um inquérito para investigar a transferência de domicílio eleitoral de Sergio Moro (União Brasil). Ele trocou a base eleitoral de Curitiba para São Paulo em março deste ano. O MPE solicitou ainda que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública deponha sobre o assunto.
Além de Moro, a mulher dele, Rosangela Wolff de Quadros, é alvo do MPE. A instituição alega que os dois não estariam morando tempo suficiente em São Paulo para mudar de domicílio eleitoral.
Segundo resolução do Tribunal Superior Eleitoral, para trocar uma cidade por outra, é necessário que o político esteja morando há no mínimo três meses no novo endereço. Contudo, Moro e Rosangela não teriam observado esse prazo.
O promotor Reynaldo Mapelli Júnior destacou que o endereço de residência em São Paulo informado por Moro e Rosangela à Justiça Eleitoral foi alugado pelo casal apenas dois dias antes de eles solicitarem a transferência de domicílio.
Ao justificar a transferência de Curitiba para São Paulo, Moro alegou possuir vínculo com a capital paulista por ter recebido honrarias como a Grã-Cruz da Ordem do Ipiranga, a mais alta condecoração do Estado de São Paulo, e o título de cidadão honorário em algumas cidades paulistas, como Sorocaba, Rio Grande da Serra e Itaquaquecetuba.
Rosangela disse que possui os necessários vínculos em razão de ter escrito um livro sobre pessoas com doenças raras e deficiências e por trabalhar desde 2016 para uma instituição com sede em São Paulo que cuida de crianças e adultos nessa situação.
Mapelli Júnior, no entanto, ponderou que as explicações apresentadas pelo casal “nesta fase de cognição não convencem”.
Segundo ele, a situação, por si só, “exige uma investigação criminal para verificar se a inscrição foi fraudulenta ou não, porque conduta tipificada como crime eleitoral”.
A defesa de Moro
Em nota, Gustavo Guedes, advogado de defesa de Moro, afirmou que “Sergio e Rosangela Moro cumpriram rigorosamente todas as exigências da legislação eleitoral”, ressaltando que o casal está “à disposição para prestar todos os esclarecimentos”.
Sergio Moro também publicou nas redes sociais uma defesa. “Nada há de ilegal com meu novo domicílio eleitoral. É um direito de todo brasileiro mudar. Agora, é estranho esse questionamento enquanto a candidatura de um condenado em três instâncias seja tratada com naturalidade”.