Os ministros, enfiados em suas roupas de brasileiro que viaja para os Estados Unidos em época de frio, foram chamados de “bandido”, “ladrão” e “vagabundo” às portas do hotel, em bares e nas ruas de Nova York, para onde foram já no fim de semana; estão hoje, seguramente, entre as figuras mais detestadas da vida pública nacional. Se pensavam que isso se limita ao Brasil, estão enganados — os manifestantes brasileiros, capazes de reunir milhares de pessoas num protesto em plena Times Square, não lhes deram sossego. (Em Nova York o ministro Alexandre de Moraes não pode mandar que a polícia impeça manifestações contra “as instituições democráticas; ninguém lá entendeu, também, que diabo uns juízes brasileiros estariam fazendo na sua cidade. Por que não ficam no Brasil?) É um prenúncio do que vai acontecer na próxima vez que estiverem lá, ou em outro grande centro internacional. Os ministros do STF não podem, já há muito tempo, andar nas ruas de seu próprio país — estão sempre cercados por vaias, xingatório e manifestações de desprezo. Estão vendo, agora, que também em Nova York a vida não está fácil.