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Bênção a casais homossexuais dada pelo papa é criticada por bispos

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EFE

 

A abertura do papa Francisco para a bênção a casais do mesmo sexo ou em situação “irregular” para a Igreja Católica foi recebida por conferências episcopais ao redor do mundo, mas uma ala mais conservadora da igreja a considera uma “blasfêmia”, e há bispos, como os de alguns países africanos, que mostram claramente rejeição à decisão.

A Congregação para a Doutrina da Fé emitiu esta semana uma declaração intitulada “Fiducia Supplicans” para esclarecer a questão polêmica da bênção a casais classificados como “irregulares”.

O prefeito do antigo Santo Ofício, o cardeal argentino Víctor Manuel Fernández, argumentou no texto que, à luz do magistério e da posição do papa Francisco, “pode-se entender a possibilidade de abençoar casais em situação irregular e casais do mesmo sexo sem validar oficialmente seu status ou alterar de qualquer forma o ensinamento perene da Igreja sobre o casamento”.

A medida, porém, abalou a ala mais conservadora da Igreja Católica e as mais tradicionalistas, como as de países do continente africano onde ainda é crime ser homossexual.

Cardeal vê decisão como “blasfêmia”

O mais recente cardeal a mostrar total contrariedade foi Gerhard Ludwig Müller, que foi anteriormente prefeito da Doutrina da Fé. Ele afirmou que a bênção a casais homossexuais “é uma blasfêmia” em uma entrevista publicada neste sábado (23) no jornal italiano La Repubblica.

“Digo isso não com base em minha autoridade oficial ou pessoal, mas com base na autoridade da revelação divina. Nas Sagradas Escrituras, o apóstolo Paulo afirma que o comportamento imoral, incluindo as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, é objetivamente a expressão da adoração da criatura, e não do Criador”, explicou o cardeal.

E prosseguiu.

“Se as relações sexuais fora do casamento contradizem a vontade de Deus, então elas não podem ser abençoadas, ou seja, declaradas boas de acordo com a vontade do Criador”, destacou.

Bispos desaprovam a medida

Um continente onde a medida encontrou forte rejeição foi a África. Na Zâmbia, país onde a homossexualidade é proibida por lei, bispos emitiram uma declaração dizendo que a decisão do Vaticano não deveria ser “implementada” e “deveria ser objeto de mais reflexão”. Outra conferência episcopal a proibir totalmente as bênçãos para casais do mesmo sexo foi a do Malaui.

Entre os bispos do Quênia, a convicção foi de que a decisão do Vaticano está gerando “ansiedade e confusão” entre os fiéis. Em Gana, o presidente da conferência episcopal, Matthew Kwasi Gyamfi, disse “que as pessoas não entendem é que, se um casal gay vai até o padre para ser abençoado e o papa aprova, o que você está abençoando são apenas as pessoas, e não a união”.

Os bispos católicos da Ucrânia, por sua vez, escreveram que, “sem um apelo para abandonar a vida pecaminosa dos casais homossexuais, a bênção pode parecer uma aprovação”. Já o arcebispo Athanasius Schneider, do Cazaquistão, sempre entre os líderes da oposição tradicionalista a Francisco, proibiu seus sacerdotes de conceder essa bênção.

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